2015 levará o confinamento bovino a superar marcas históricas

Em 2014, os preços da arroba do boi subiram acima dos índices inflacionários, saiu de R$ 114 em 2013 para R$ 147 e remuneraram bem a cria, recria e engorda. Para 2015, a combinação de seca, queda da cotação dos grãos usados na alimentação bovina, os preços altos do boi e a forte procura para exportação deverá levar a um crescimento do confinamento que superará as marcas históricas. Atualmente, algo como 10% do gado nacional é confinado, são mais de 4 milhões de bovinos vivendo nesse sistema. Não existe uma projeção para o confinamento em 2015, mas a expectativa é de um grande crescimento.
A tendência é que os preços se mantenham firmes ao longo deste ano, oscilando, em média, entre R$ 139 e R$ 145 por arroba. Os altos preços pagos pela arroba não necessariamente implicam em lucros para o pecuarista. Isso porque os custos da atividade são altos e a produtividade, no geral, precisa ser melhorada.
A pecuária brasileira é muito heterogênea: existem algumas poucas ilhas de excelência, mas o grande salto na produtividade média ainda não ocorreu nesse setor que está muito atrasado em comparação com a agricultura.
A produtividade pode ser avaliada por vários indicadores. Um dos mais importantes é a idade de abate dos animais, que atualmente se situa em 30 meses. Esse indicador pode ser reduzido para 24 meses, o que propiciaria um giro mais rápido do rebanho e preços finais ao consumidor mais baixos.
A atitude correta é atingir o mercado mundial sem se descuidar do interno. Mas, os altos preços da carne bovina têm feito muitos consumidores migrar para o consumo de outras proteínas, em especial a carne de frango. Hoje, o consumo "per capita" de bovinos se situa entre 32 e 33 quilos por brasileiro ao ano, mas 15 anos atrás era de 40 quilos. O inverso ocorreu com o consumo de frango, que era de 20 quilos há 15 anos e hoje está entre 43 e 45 quilos por pessoa ao ano. Uma grande perda de espaço e lucro do mercado de gado bovino que fica cada vez mais ancorado ao mercado externo. Falta melhorar a produtividade, falta confinar o gado e transformá-lo em riqueza estável.

Fonte: CG News

Anterior
Anterior

Frigoríficos testam o mercado com preços mais baixos

Próximo
Próximo

Controle da raiva depende do produtor