Claudio Caldas recebe medalha da Febrac na Expointer
Primeiro presidente da Associação Brasileira de Brangus (ABB), Claudio Caldas, recebeu, na noite desta segunda-feira (26/8), a medalha Paulo Brossard, concedida pela Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) na Expointer 2024. O criador, que acompanhou o julgamento da raça Brangus na pista central do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), com a família, se emociona e se orgulha em ver o nível que a raça chegou no país. “Muito trabalho e dedicação dos criadores ilustra a história da Brangus no país, que se tornou uma das principais raças do Brasil e segue em desenvolvimento e crescimento constante por sua adaptabilidade”, afirma.
Presidente da ABB, Cacaio Osório, destaca que Caldas é um dos pioneiros da Brangus no Brasil, sendo um dos primeiros pecuaristas a apostarem no cruzamento entre bovinos Angus e Nelore, na época conhecida como raça Ibagé. “Ele viu o grande potencial dessa genética, que hoje utilizamos em nossos rebanhos. Para nós é uma honra darmos seguimento a um trabalho que ele começou há tantos anos”, aponta o dirigente.
Da mesma forma que criadores como Flávio Bastos Tellechea e Laerte Poli, Caldas apostou na raça sintética bem antes de haver uma associação de criadores na Cabanha Santa Rita, em Santana do Livramento (RS). Enfrentou inúmeros desafios e preconceitos impostos por pecuaristas da época com relação à origem da raça. Por vezes, tentou expor seus animais em feiras agropecuárias, no entanto, foi vetado. Esses obstáculos que o levaram a formar a Associação Brasileira de Ibagé (ABI). Em assembleia realizada na Embrapa e coordenada pelo pesquisador Joal Brasalle Leal em 1979, um grupo de selecionadores elegeu a primeira diretoria, comandada por Caldas. A partir daí o esforço conjunto dos criadores garantiu maior promoção da raça, participação em exposições e possibilidade de comercialização.
O criador esteve à frente da entidade por duas gestões. Neste período, enfrentou diversos desafios, um deles o registro da ABI junto ao Ministério da Agricultura, concedido em 1981 após inúmeras burocracias. Caldas foi um dos grandes responsáveis por difundir a raça, na época nova aos pecuaristas brasileiros. Teve que trabalhar na sua expansão, sem deixar de levar em conta a necessidade de aprimoramento genético e de padronização. Na sua segunda gestão, começaram os primeiros registros de animais na Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC).
A ligação de Caldas com a pecuária começou em 1965, quando casou com a criadora Elisa de Souza Caldas, de Santana do Livramento. O ex-presidente foi residir no município para cuidar das atividades da fazenda junto à esposa.
Crédito: Carolina Cesa