A indústria de carne bovina brasileira atingiu um faturamento de US$ 2,2 bilhões no quadrimestre
A indústria de carne bovina brasileira atingiu um faturamento de US$ 2,2 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, registrando um crescimento superior a 10% na comparação com 2013, quando foram exportadas US$ 1,9 bilhão. O período também marcou um incremento de 13,6% no volume exportado, que subiu de 444 mil toneladas no ano passado para 504 mil toneladas em 2014.
"Estes resultados, aliados à sinalização da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) de que o caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), ocorrido no estado do Mato Grosso, está concluído, confirma que estamos no rumo certo para bater novo recorde na exportação de carne bovina em 2014", afirma Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Os resultados no quadrimestre foram especialmente impactados pelo Irã, que triplicou os negócios com os frigoríficos brasileiros - que comprou 44 mil toneladas de produtos em 2014, contra 11 mil no ano passado -, Egito (incremento de 80,7%) e Hong Kong, que mantém o crescente interesse na aquisição da carne brasileira, tendo comprado mais de 127 mil toneladas em 2014. Também merecem destaque os números dos Emirados Árabes, que ampliaram suas importações de carne em 45,8%, e Argélia (33,7%).
A carne in natura foi a categoria de produtos brasileiros mais desejada pelos importadores em todo o mundo, atingindo um volume de 400,8 mil toneladas nos quatro primeiros meses de 2014, equivalente a um crescimento de 16,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Sobre o achado priônico do Mato Grosso, a ABIEC informa que, oficialmente até o momento, apenas o Peru suspendeu temporariamente as exportações de carne bovina, miúdos e outros derivados de todo o território do País. Em 2013, o Peru importou 1.563 toneladas do Brasil (0,1% do total exportado pelo Brasil).
Irã e Egito restringiram temporariamente as exportações de carne bovina do estado do Mato Grosso.
"Mesmo diante desta restrição que os exportadores mato-grossenses vêm registrando em relação a esses países, a indústria brasileira tem capilaridade para redirecionar as exportações de carne bovina a partir de outros Estados", explica Camardelli. Nenhum outro mercado além dos citados acima confirmou embargo total ou parcial às exportações brasileiras.
A Abiec já está trabalhando em conjunto com o Ministério da Agricultura e com o Ministério das Relações Exteriores para reverter as restrições com a maior celeridade possível.
Sobre a Abiec
Criada em 1979, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) reúne 27 empresas do setor no país, responsáveis por 95% da carne negociada para mercados internacionais. Sua criação foi uma resposta à necessidade de uma atuação mais ativa no segmento de exportação de carne bovina no Brasil, por meio da defesa dos interesses do setor, ampliação dos esforços para redução de barreiras comerciais e promoção dos produtos nacionais.
Atualmente, o Brasil produz 10,2 milhões de toneladas de carne bovina, 19,5% são negociados para dezenas de países em todo o mundo, seguindo os mais rigorosos padrões de qualidade. Na última década, o país registrou crescimento de 288% no valor de suas exportações, atingindo o recorde histórico de US$ 6,6 bilhões em faturamento em 2013 e consolidando a posição de maior exportador mundial de carne bovina.
Fonte: Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec)