A pecuária começa a respirar

A pecuária brasileira realmente é um dos pilares deste país. Um exemplo de sustentabilidade onde os animais são em sua maioria engordados a pasto, ou seja, matéria verde transformada em proteína. No entanto, nos últimos anos, com o monopólio dos frigoríficos, o aumento dos custos de mão de obra, insumos, óleo diesel, sal, entre outras atividades, o pecuarista viu sua lucratividade ir embora. Não é a toa que muitos arrendaram suas terras para grãos.
De fato, isso foi verdade, mas o cenário começa a melhorar diante os últimos dois anos onde o bezerro, por exemplo, chegou a marca histórica de preços baixos, próximos a R$ 550,00 em algumas regiões. Hoje já podemos encontrar regiões com preços dos bezerros próximos a R$ 950,00 dependendo de seu peso e procedência. Com preços nestes patamares, podemos dizer que é um certo alívio para os criadores!
Pensando no mercado do boi gordo e para aqueles que têm um gerenciamento firme de suas propriedades, obviamente não sentiram dificuldades, mesmo quando as margens estavam no limite do lucro para pagar os custos. Já para aqueles que não controlam absolutamente nada, certamente estão com poucas perspectivas de recuperação no curto prazo. Hoje os preços são relativamente melhores, o que possibilita uma melhora no lucro por animal e quilo de carne produzido.
Bom, mas os senhores devem estar me perguntando, o porquê desta análise? Certamente em momentos bons é que nós, produtores, optamos por investir os lucros em pertences fora da fazenda. É neste momento que precisamos ter cuidado. É óbvio que se trabalha para isto, mas vindo de anos anteriores com rentabilidade em muitos casos negativa, não seria bom pensar em investir parte dos lucros dentro da porteira? Como por exemplo, a contratação de consultores veterinários e agrônomos, duas profissões que necessariamente precisam estar junto dentro da fazenda.
Não podemos ter dúvidas que estes dois profissionais agregam muito valor: tanto para o rebanho que estará com sua sanidade em dia, como para terra que poderá apresentar maior produtividade por área. Vale a pena pensar!
Quem passa por dificuldades nestes dois casos, certamente valoriza e não deixa de ter o acompanhamento destes especialistas. Em certos momentos nos perguntamos se seriam mesmo necessários. É basicamente a mesma coisa que perguntarmos se precisamos de médico para tratar de nossas enfermidades. É o barato que às vezes pode sair muito caro!
Por fim, senhores, em tempos de vacas magras é que valorizamos e aprendemos a analisar nossas atividades. Na pecuária é assim e em nossas casas também. Quem pensa em fazer uma dívida antes de saber se poderá pagá-la? O cenário para pecuária em 2014 e 2015 é promissor, como estava sendo para grãos nos últimos quatro anos. É preciso estar atento as mudanças e oportunidades. Pensem nisso e certamente terão uma grata surpresa. Acreditem: o melhor está por vir!

Fonte: Engenheiro Agrônomo / Portal DBO

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