Abate de Fêmeas Cai 8,7% No MT
O ano de 2009 deverá apresentar pelo menos duas novidades no fechamento dos números da pecuária mato-grossense. A primeira é a redução do abate de fêmeas, que no período de janeiro a setembro deste ano caiu 8,75% em relação ao mesmo período de 2008; e a segunda é o aumento do plantel de bovinos, que deverá apresentar incremento em torno de 1% no ano. Os números fazem parte do último levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola) e das projeções da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat). Os números oficiais do rebanho deverão ser anunciados em fevereiro de 2010, junto com o resultado da campanha de vacinação da aftosa no mês de novembro.
As estatísticas mostram que o abate de matrizes este ano recuou de 1,264 milhão de animais para 1,153 milhão este ano como resultado da recuperação dos preços da arroba do boi gordo. Em anos anteriores, o abate ficou acima da média nacional (25%) porque os pecuaristas foram obrigados a descartar matrizes para fazer capital de giro.
O abate de fêmeas em grande escala aconteceu a partir de 2003, “devido à baixa remuneração” ao pecuarista. Naquele ano, a arroba do boi gordo chegou a ser comercializada por até R$ 36. No período de 2004 a 2006 também houve forte descarte de fêmeas devido à descapitalização do produtor.
Para o superintendente da Acrimat, Luciano Vaccari, o menor abate de fêmeas no segundo semestre deste ano é considerado normal. “Com este ajuste o rebanho caminha para a estabilidade, podendo registrar um aumento no plantel em torno de 1%”, frisou.
O mês de abril sinalizou, em percentual, a maior queda no volume de abates de fêmeas no ano em Mato Grosso (-31,12%), seguido dos meses de janeiro (-24,17%) e, fevereiro, -21,48%.
Até 2007, o abate de matrizes se dava pelo baixo preço da arroba do boi. “Os pecuaristas faziam das fêmeas um meio de fazer caixa”. Como conseqüência da alta taxa de descarte de matrizes, os produtores tiveram dificuldades para repor animais (bezerros) no pasto. “Hoje o mercado está equilibrado. O problema sério que temos hoje é a paralisação de alguns frigoríficos”.
O volume de abate total também apresenta queda este ano, segundo informações do Imea. O recuo é de 3,51% (3,113 milhões de animais em 2009) em relação ao ano passado, quando foram abatidos, no período de janeiro a setembro, 3,225 milhões de animais.
Em 2004, o rebanho bovino mato-grossense atingiu cerca de 26 milhões de cabeças, sendo abatidos cerca de 3,20 milhões de animais. Em 2005, o rebanho aumentou para 26,85 milhões de animais, com o volume de abates chegando a 5 milhões de reses. Em 2007 o rebanho caiu para 26 milhões de cabeças, mantendo-se nesse patamar também em 2008.
Na avaliação de Vaccari, o mercado deverá ficar “mais firme” a partir de agora. Segundo ele, a arroba do boi gordo está sendo comercializada no Estado ao preço médio de R$ 70. Os melhores preços estão sendo pagos na região Norte do Estado, onde não existe confinamento e a oferta é a menor.
Vaccari afirmou que o bezerro deverá continuar com sua valorização normal em Mato Grosso. “O que houve, na realidade, foi apenas um ajuste, pois os preços estavam depreciados”. Segundo ele, nos últimos anos houve um “achatamento no preço do bezerro” devido ao aumento nos custos dos insumos agropecuários e ao excesso de oferta de boi. “Quem sofreu mais com essa crise nos últimos anos foi o criador, agora o bezerro está retomando ao seu patamar ideal”.
Fonte: Acrimat