Abertura para carne brasileira preocupa grupos dos Estados Unidos
Criadores de bovinos protestam contra acordo bilateral em meio a queda nos preços internos
Grupos de saúde pública e do setor de carne dos EUA continuam preocupados com possíveis riscos associados à abertura do mercado do país à carne bovina in natura do Brasil, apesar de o governo norte-americano ter garantido que o sistema de segurança alimentar que regula exportadores brasileiros é "equivalente" ao dos EUA. A Associação Nacional de Carne Bovina dos EUA, com sede em Washington, diz que ainda não viu uma avaliação abrangente sobre os riscos de saúde animal no Brasil."Não podemos colocar em perigo nossos rebanhos (...) antes que todos os riscos à saúde animal e segurança alimentar tenham sido abordados adequadamente", disse o presidente da associação, Tracy Brunner.Ainda há dúvidas quanto à capacidade do sistema regulatório do Brasil de garantir que o produto do País é seguro, disse Tony Corbo, lobista do Food and Water Watch, grupo que defende alimentação saudável.Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), no entanto, o Brasil melhorou o controle sanitário em sua indústria de processamento de carne bovina, que agora atende aos padrões norte-americanos.Alguns criadores dos EUA, que já vêm enfrentando dificuldades por causa da queda de 15% nos preços domésticos de gado em 2016, também protestaram contra a abertura do mercado norte-americano à carne in natura do Brasil.HabilitaçãoO Ministério da Agricultura informou que os frigoríficos interessados em exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos deverão pedir habilitação à Pasta. Para tanto, essas indústrias precisam ter o Selo de Inspeção Federal (SIF). A abertura do comércio bilateral do produto foi formalizada pelos governos brasileiro e norte-americano na última segunda-feira, dia 1º, no Palácio do Planalto.Em nota, o Ministério diz que verificará se a empresa cumpre os requisitos sanitários exigidos pelas autoridades americanas. Caso as normas estejam de acordo, o ministério indicará o estabelecimento aos EUA que dará o aval à importação da carne bovina in natura, com base no acordo de equivalência, após homologação em seu site.Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO