Criar Brangus é “o raro prazer de se formar um plantel de excelente qualidade e beleza”

Proprietário da Fazenda Imperial, localizada no município de Araguapaz, onde se concentra a maior região produtora de gado de corte do estado de Goiás, Alexander Duarte Paniago começou a criar Brangus em 1999, quando adquiriu a fazenda, como alternativa ao gado Nelore. Com o objetivo de conseguir melhorar a genética de seus animais, Paniago procurou orientações de criadores tradicionais na raça como Maurício Borges Sampaio, Jovelino Carvalho Mineiro, João Francisco Tellechea e Horácio Gutierrez. Às portas de completar 10 anos criando Brangus ele garante que o animal atende às expectativas de “forma excelente”. E para conhecer um pouco mais a história deste goiano que comprova que não importa o clima, a adaptação da raça é certa, leia a matéria completa do nosso CRIADOR DA SEMANA.

Associação Brasileira de Brangus - Conte um pouco de sua história com a pecuária. Quando começou?

Alexander Duarte Paniago - Com a aptidão adquirida de laços familiares e vocação por natureza, adquiri, no ano de 1999, a fazenda Canaã, com área aproximada de 2.300 hectares e pertencente a uma família de Jaguariúna (SP). Com a aquisição, o nome passou para Fazenda Imperial.

ABB - Por que trabalha com a raça Brangus?

Paniago - No início das atividades da Fazenda Imperial, procurei identificar uma alternativa ao Nelore, raça predominante na região, e pude observar o inicio de uma revolução na gestão da pecuária. Havia muitos conceitos de cruzamento industrial, novilho precoce, raça sintética, etc. Dentre o leque de opções procurei identificar uma raça de animal com características exigidas pelo mercado, ou seja, carne com qualidade.

Com esta premissa procurei identificar uma raça que propiciasse esta característica com o menor custo de produção. Cheguei a conclusão de que a raça Brangus seria a ideal. Continuo com ela até hoje e vem atendendo as minhas expectativas de forma excelente.

Com o objetivo de conseguir melhoria genética não me contive a apenas artigos e publicações sobre a raça. Junto com minha saudosa irmã Rosângela e seu marido Fábio Curado Fleury, meus parceiros e também criadores de Brangus em Goiás, fomos em busca de orientações, parcerias e visitas aos plantéis dos criadores Maurício Borges Sampaio, em Goiás, Jovelino Carvalho Mineiro Filho, em São Paulo, João Francisco Tellechea, no Rio Grande do Sul e Horácio Gutierrez, na Argentina.

ABB - Em que a raça Brangus se destaca em relação a outras raças?

Paniago - Destaco a sua performance desde o nascimento até o abate. Com docilidade de manejo, excelente ganho de peso, precocidade e, claro, o raro prazer de se formar um plantel de excelente qualidade e beleza.

ABB - Como você enxerga o trabalho genético nos animais Brangus?

Paniago - Após a disseminação da raça Brangus no Brasil,  antes concentrada basicamente no Rio Grande do Sul, pode se observar o excelente trabalho genético desenvolvido pelos criadores em  varias regiões. Isto mesmo após atravessaram momentos difíceis, destacaram-se e permaneceram no mercado, em contrastes com outras raças menos competitivas que praticamente perderam interesse pelos criadores.

ABB - Teve alguma dificuldade de adaptação da raça em Goiás, mesmo sendo um local de clima tão quente?

Paniago - Como todo inicio de uma atividade há o ciclo de aprendizagem, que no caso da raça Brangus foi relativamente curto. Ou seja, os critérios de seleção foram rapidamente absorvidos e a partir da segunda geração pude observar os terneiros totalmente adaptados e produtivos se tornado um plantel de referência em pleno Vale do Araguaia.

ABB - No momento, há algum animal de destaque no seu criatório representado por Centrais de embriões?

Paniago - Sim. No caso podemos citar o Vingador, animal originário do estado americano de Ohio.

ABB - O segredo para lidar para raça é...

Paniago – Dedicação.

ABB – Para criar Brangus uma dica que deixo é...

Paniago - Persistência.