ANPBC manifesta contra decisão da UE
A Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC) divulgou o seguite manifesto: A suspensão das importações de carne bovina do Brasil pela União Européia (UE) está provocando uma forte reflexão em toda cadeia produtiva, principalmente pelos bovinocultores de corte. A Associação Nacional dos Produtores de Bovino de Corte (ANPBC), desde o início das pressões do Reino Unido, vem discutindo o tema, alertando seus associados e apresentando ao governo propostas para evitar atitudes como esta suspensão das importações de carne bovina pela UE.
O impacto na cadeia produtiva de uma medida como esta precisa ser analisado de forma integral e não isoladamente como tem sido divulgado ultimamente.
A maior perda entre todos os componentes da cadeia produtiva da carne bovina em curto prazo é daqueles frigoríficos que têm volumes de exportação significativos para países da UE.
Dentre os cerca de 150 países que importam carne do Brasil, os integrantes da União Européia são os que pagam melhores preços para os diferentes cortes.
No composto dos cortes para a exportação pelos frigoríficos, ao retirar as altas margens de lucros auferidas na comercialização com a UE, os lucros dos frigoríficos são seriamente afetados, isto implica em queda de ações em bolsa de valores da empresa, etc.
Para um melhor entendimento e avaliação deste assunto é necessário demonstrar o gigantismo da produção de carne pelos bovinocultores de corte, a dimensão do consumo interno e o que representa a exportação para a UE:
· Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil produz 10,42 milhões de toneladas de carne bovina ao ano
· O consumo brasileiro é de 8,27 milhões de toneladas
· A importação de carne in natura pela UE é de aproximadamente 240 mil toneladas. Isto representa 2,5% da produção brasileira e 3% do consumo nacional
· As exportações de carne industrializada não foram atingidas nesta suspensão e este volume representa aproximadamente 260 mil toneladas
Até este ponto procuramos esclarecer a opinião pública do real tamanho do problema. O que se pode perceber é que a representatividade das exportações de carne in natura para a UE pode ser facilmente absorvida pelo mercado interno e demais países importadores, sem prejuízos ao bovinocultor e sem criar falsas expectativas ao consumidor, que deve exigir do varejo a mesma qualidade apresentada aos consumidores europeus, fazendo valer o benefício pelo valor pago da carne por ele adquirida.
Com estes dados sobre a representatividade da UE na cadeia brasileira, o não-repasse pelos frigoríficos aos bovinocultores dos benefícios auferidos nas exportações e, segundo manifestação do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, exportaram carne de animal não rastreado para a UE, o que contribuiu decisivamente para a suspensão das exportações, analisando a cadeia produtiva de maneira integral e em apoio ao ministro da Agricultura nas negociações propomos:
· Paralisar as negociações com a UE pela não aceitação das normas de certificação e rastreabilidade.
Com esta decisão ficariam suspensas as exportações de carne in natura para a União Européia.
Assim estaremos “fechando a janela” que ficou aberta, não aceitando esta forma imperialista de agir, nomeando quantidade de fazendas, submetendo nossas autoridades e nós, bovinocultores de corte, a mais uma humilhação, desrespeitando um grande número de bovinocultores que se adequaram às normas brasileiras de rastreabilidade.
A ANPBC é contrária à escolha de um determinado número de fazendas para a exportação. Todos os bovinocultores de corte devem ter o direito de exportar, desde que cumpram com responsabilidade todas as exigências do nosso País para atender os mercados externo e interno. Isto é uma questão de soberania.
Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC) - 3347-8880
Apoio:
Sociedade Rural do Paraná
Associação Nacional dos Criadores e Federação Brasileira das Associações dos Criadores de Animais de Raça
Fonte: www.grupocultivar.com.br