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Apesar de embargo doi boi, indicador registra alta

Janeiro iniciou com os preços do boi gordo em forte alta, impulsionada pela baixa oferta de animais para abate. Até o dia 22, as cotações vinham registrando consecutivos aumentos, com o Indicador ESALQ/BM&F (CDI – à vista) acumulando valorização de 5,2% no período.  Os negócios efetivados foram poucos, e os preços estiveram dia a dia maiores. As escalas de abate permaneceram em torno de quatro dias e, em muitos casos, aquém da capacidade. A análise é da equipe do Cepea.

O movimento de alta nos preços do boi foi interrompido na terceira semana de janeiro, devido à lentidão do mercado gerada pelas novas regras do Sisbov. O novo sistema, que trabalha com o conceito de “Estabelecimento Rural Aprovado no Sisbov” (Eras), impõe uma nova estrutura operacional para a rastreabilidade brasileira. O Eras envolve o cadastro do produtor e da propriedade no Sisbov, identificação individual de todos os bovinos e bubalinos criados naquela área, protocolo básico de produção, registro de insumos e vistorias periódicas pelas certificadoras entre outros requisitos.

Pela nova regra do Sisbov, frigoríficos que pretendem exportar a carne para países como os da Comunidade Européia – quando eles voltarem a comprar carne brasileira – têm que adquirir animais apenas de propriedades adequadas às exigências impostas pelo bloco. A questão é que nem todos os pecuaristas estavam procurando se adequar às novas exigências até o final de janeiro.

A União Européia suspendeu no dia 30 a compra de carne brasileira por tempo indeterminado. Em recente visita à Europa, pesquisadores do Cepea ouviram de agentes locais que pode haver aumento das importações de carne bovina brasileira por parte da Rússia e da Suíça, de forma a compensar, ainda que parcialmente, a suspensão das vendas para a Comunidade Européia.

Dados da Secex mostram que em janeiro, foram embarcadas 91,9 mil toneladas de carne in natura, volume 21,2% superior ao de dezembro de 2007, mas 15,2% menor que o de jan/07. Ainda segundo a Secex, desde junho/07, os volumes têm sido menores que os dos respectivos meses do ano anterior. Ainda assim, em 2007 foram exportados 4,9% a mais que em 2006.

Análise sobre o mercado pecuário elaborada pelo Cepea. Equipe: Prof. Sergio De Zen, Shirley Menezes, Cristiane Mariano, Jacqueline Mariano, Marcela Fernanda da Silva e Alessandra da Paz.
Contatos: cepea@esalq.usp.br

Fonte: www.grupocultivar.com.br