Argentina: Volta Dos Subsídios Aos Confinamentos
Ontem o governo argentino voltou a assumir o pagamento de subsídios aos confinamentos de engorda de gado do país. O benefício estava suspenso desde 28 de agosto deste ano, devido irregularidades na ONCCA (Escritóro Nacional de Controle de Comércio Agrícola). Os subsídios permanecram suspensos, após denúncias que levantaram suspeitas de que a engorda de gado dependia totalmente da contribuição do Estado para ser rentável e de que esta política existia para beneficiar certos empresários influentes junto ao governo.
A Argentina é um dos principais exportadores mundiais de carne e atualmente alimenta um número muito grande de bovinos no cocho devido ao encolhimento sofrido pela área utilizada para a pecuária para a forte expansão do cultivo de soja na maior parte do país. O abandono gradual das mais tradicionais empresas do país põe em risco o futuro das populações animais e, consequentemente, da carne devido às altas taxas de abate de fêmeas. Como se não bastasse tudo isso, a Argentina, ou melhor, as áreas de pastejo da pecuária, enfrenta uma das maiores estiagens de todos os tempos.
O presidente da ONCCA, Juan Manuel Campillo, aprovou ontem uma verba para o pagamento de compensações para novos confinamentos de gado na ordem de 741.040 dólares, informou a agência. "A recuperação dos pagamentos aos confinamentos, que atualiza a situação do setor pecuário de indenizações, reafirma a validade do sistema", acrescentou Campillo.
Os argentinos são os maiores consumidores de carne bovina do mundo e, atualmente, consomem uma média de 73,2 kg do alimento por pessoa por ano.
Segundo a Câmara Argentina de Confinamentos (CAF), em 2009 os estabelecimentos de engorda produzirão entre 4,5 milhões e 5 milhões de animais para abate, cerca de metade de todos os bovinos abatidos no país.
O ONCCA autorizou ainda o pagamento de 156.237.47 dólares para frigoríficos de aves e 124 mil dólares aos produtores de leite envolvidos na criação de vitelos. O total pago chega a mais de 16,3 milhões de dólares.
Fonte: www.agroparlamento.com