Artigo - Exportações de couro seguem para US$ 6 bi
As exportações brasileiras de couros podem alcançar US$ 6 bilhões nos próximos oito anos, saltando do patamar de US$ 1,87 bilhão apurado em 2006. A estimativa, apontada pelo professor de Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Caldas, no estudo O Brasil e o Mercado Mundial de Couro, editado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), apóia-se em bases sólidas: a taxa média anual de crescimento do segmento, em torno de 20%.
De fato, nos últimos seis anos, as exportações brasileiras de couros saltaram dos US$ 864,5 milhões exportados em 2001, alcançando US$ 2,19 bilhões ano passado e podem caminhar para superar esta marca em 2008, caso a demanda internacional se mantenha aquecida.
A internacionalização do couro brasileiro é consistente, sustentada e definida, seguindo a estratégia setorial de ter como foco não apenas a exportação de “excedentes”, como ocorreu com outros setores da economia nacional, mas focando produtos de valor agregado e prospectando novos e promissores mercados.
Esses novos mercados passaram a ser trabalhados pela cadeia produtiva do couro tão logo se constatou a redução da demanda mundial do produto pela indústria calçadista, por razões de custo, principalmente. Um exemplo que ilustra essa nova tendência pode ser constatado no mercado norte-americano, onde 70% dos sapatos comercializados são manufaturados com produtos sintéticos.
Não é apenas a prospecção de novos mercados e novas aplicações que explica o bom desempenho da indústria brasileira do couro. É preciso lembrar ainda que o setor é reconhecido como um dos mais avançados do planeta em termos tecnológicos, resultado de maciços investimentos na modernização de processos, que absorveram mais de US$ 300 milhões desde 2000.
A cadeia produtiva do couro, integrada por 800 empresas que atuam na produção e processamento de peças e representadas pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), é hoje um dos motores da economia brasileira. A atividade movimenta um PIB de US$ 3 bilhões, emprega cerca de 50 mil pessoas e ainda contribui com o recolhimento de impostos da ordem de US$ 900 milhões por ano.
A indústria do couro está fazendo a sua parte, contando, neste esforço, com o apoio de entidades como a Apex e o Sebrae, que atuam, respectivamente, no apoio de abertura de novos mercados para o couro brasileiro, e no aumento da qualidade do produto nacional.
Couros em alta
Evolução das exportações brasileiras de couro - em US$ bilhões
2003 - US$ 1,03
2004 - US$ 1,29
2005 - US$ 1,40
2006 - US$ 1,87
2007 - US$ 2,19
Fonte: CICB
Luiz Bittencourt
Presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB),
entidade de âmbito nacional, que reúne associados de empresas privadas e sindicatos da indústria do couro, e filiada ao International Council of Tanners (ICT, sigla em inglês para Conselho Internacional dos Curtumes), entidade internacional que congrega representações de 25 países.
Fonte: www.grupocultivar.com.br