Belém pode deixar de embarcar bois
Apesar das exportações de boi vivo representarem bom negócio para a economia da cidade de Belém, tendo apresentado registros de 20 mil toneladas embarcadas em 2005 e 70 mil toneladas para este ano, segundo previsões - o que representaria se confirmada a expectativa, crescimento de 250% -, a movimentação animal pode ser proibida no porto da capital paraense.
O motivo da possível paralisação se deve a transtornos causados à população local, uma vez que o porto localiza-se no centro da cidade e, segundo o promotor Wilson Corrêa de Sá, do Ministério Público Estadual (MPE), “a presença dos bois em pleno centro urbano-comercial traz prejuízos à saúde e ao bolso de quem vive na região”.
Porém, ciente da importância da atividade, a Secretaria da Agricultura e o MPE acertaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), visando uma solução para o embarque dos animais no prazo de 180 dias.
Também é cogitada a transferência dos animais para o porto de Outeiro, a 38 quilômetros da capital. Com o dobro de calado que o porto de Belém, a Companhia Docas do Pará vêm investindo R$ 2 milhões para a reativação portuária, desde 2003.
Em contrapartida, Evandro Oliveira de Medeiros, administrador do porto de Belém, critica a transferência dos embarques para Outeiro, embora a considere como solução para o transtorno. Segundo Medeiros, Belém investiu R$ 20 milhões para o recebimento dos animais, além do estado do Pará alocar o quarto maior rebanho de bovinos do país.
Fonte: Jornal Valor Econômico