Brangus Boitatá difunde o Brangus no Centro-Oeste do Paraná

Criação surgiu em 2005, depois que os pecuaristas adquiriram uma fazenda com 200 matrizes Brangus

Com propriedades nos municípios de Lindoeste, Realeza e Três Barras, na Região Centro-Oeste do Paraná, a Brangus Boitatá se dedica ao trabalho de melhoramento genético desde 2005. O criador Antônio Celso de Oliveira Figueiredo adquiriu uma propriedade em Realeza onde havia aproximadamente 200 matrizes da raça Brangus. À época, o pecuarista e o filho Alan Cardias Figueiredo faziam ciclo completo (cria, recria e engorda) com gado Zebu e, no primeiro momento,  até pensaram em se desfazer das matrizes.

Entretanto, após um olhar mais acurado, eles perceberam um biotipo interessante naquele gado, o que os levou a buscar maiores informações sobre a raça. Eles vislumbram um futuro promissor na pecuária regional, diante da presença do sangue Angus em um animal mais rústico, o que permitiria agregar qualidade dentro de um sistema de pecuária mais tradicional de monta a campo. “Vimos ali uma oportunidade de ingressar no mercado de genética, na produção de touros”, lembra Antônio Celso. 

Por meio do médico veterinário Gerson Lima, que é técnico da Associação Brasileira de Brangus (ABB), visitaram alguns dos mais tradicionais criatórios da raça Brangus, como a GAP Genética, de Uruguaiana (RS), de Eduardo Macedo Linhares, o Condomínio Rural Weiler (Brangus Primavera), de Lavras do Sul (RS), de Ricardo Weiler, e a Brangus Santa Cruz, de Tapejara (PR), de Augusto Caldeirão. Eles adquiriram entre 15 e 20 matrizes e utilizaram a tecnologia de transferência de embriões com o objetivo de gerar descendentes de animais que tivessem alto padrão genético. “A ideia era acelerar o processo de melhoramento genético para alcançar o objetivo traçado, ou seja, qualificar o rebanho com matrizes de alto padrão genético capazes de produzir touros melhoradores”, explica o criador.

Atualmente, o plantel brangus da Boitatá é formado por 600 matrizes e é distribuído nas três propriedades, com uma área de 1,7 mil hectares, na exploração de lavoura e pecuária. A cada ano, a propriedade comercializa, em média, 130 touros. Contam com um leilão de outono (maio), onde são comercializados 50 touros, além das vendas diretamente na propriedade.

Em 2020, foram realizados dois remates (maio e outubro). Neste ano, os pecuaristas já promoveram o primeiro evento e prometem um segundo leilão até o final do ano. “Depende do mercado, mas deve sair lá por setembro, outubro”, adianta Antônio Celso. Os principais compradores dos reprodutores da Brangus Boitatá são criadores de gado comercial, nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul.

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Melhoramento genético - O plantel da raça sintética integra o Programa Natura, da GenSys, um programa de melhoramento genético de várias raças, entre elas Brangus, que conta com diversas fazendas associadas no Brasil, onde os animais cadastrados são submetidos a avaliações por fenótipo e ultrassonografia de carcaça, culminando com emissão do Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP) aos que atingirem os índices do programa.

O certificado é usado para ‘identificar’ os melhores animais, que são obrigatoriamente submetidos a avaliações genéticas que geram as DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie), que são as ferramentas de seleção mais eficazes para avaliar os animais.

No Programa Natura são observadas características que hoje são exigidas pelo mercado de produção de carne de qualidade, como qualidade de carcaça, por meio de ultrassonografia que mede área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura subcutânea (EGS) e marmoreio (MARM).

Os animais também são avaliados por eficiência alimentar, ganho médio diário, perímetro escrotal e morfologia, além de escores visuais (conformação, precocidade, muscolosidade, umbigo e temperamento). “Os programas de seleção servem para mostrar para o produtor os animais que ele precisa manter na fazenda e os que ele tem que descartar. Antigamente, era tudo no olho, mas hoje as informações nos chegam com base em métricas”, salienta Antônio Celso.

Alan Figueiredo (filho do Antônio Figueiredo), Eduardo (gerente da fazenda), Antônio Figueiredo, Cleber Bortolato (sócio proprietário da Panorama Leilões) e Sirlei (jornalista)

Alan Figueiredo (filho do Antônio Figueiredo), Eduardo (gerente da fazenda), Antônio Figueiredo, Cleber Bortolato (sócio proprietário da Panorama Leilões) e Sirlei (jornalista)

Fonte: Grupo Futura

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