CARLOS AMORIM – CRIADOR DA SEMANA
“Cruzamento com precocidade e marmoreio só é possível pelo Brangus”
Dos 50 anos dedicados a pecuária, 26 são com a raça Brangus. Sócio número 73 da Associação Brasileira de Brangus, Carlos Cardoso de Almeida Amorim, pesquisou antes de aderir à raça. Foi pessoalmente ao Rio Grande do Sul conhecer o trabalho desenvolvido pela Embrapa em 1982. Hoje, as duas propriedades que possui, em Botelhos, MG, e Caconde, SP, são predominantemente Brangus. Segundo Amorim, orientação genética é fundamental para um rebanho de qualidade. Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Carlos Amorim, leia a entrevista completa do nosso CRIADOR DA SEMANA.
Associação Brasileira de Brangus – Há tanto tempo na pecuária, o que o fez decidir por criar Brangus?
Carlos Amorim - A principal vantagem da raça Brangus é a precocidade, em especial. A raça é facilmente adaptada. Eu, que estou na região centro-sul do país, mesmo às margens do rio Pardo, tive muito facilidade de adaptação da raça Brangus. Eles se adaptam perfeitamente e com precocidade. Dificilmente um animal Brangus é tardio, além do mais, eles têm alta fertilidade e desenvolvimento adequado.
ABB – Conte um pouco sobre sua história com a raça Brangus.
Amorim - Acho que a evolução genética dos últimos anos é importante. Comecei com cruzamento Nelore com Angus. Vim fazendo 1/2 sangue, 3/4, 7/8, todas as gerações com cruzamentos dirigidos com animais ingleses e americanos. Quando chegamos ao 3/8 e 5/8 predominou a linhagem americana e depois a argentina. Meu rebanho é controlado pelo geneticista Fernando Lamarca. Nosso objetivo é manter a alta precocidade. Hoje abato animais entre 18 e 24 meses. Eu só tenho Brangus puro. Trabalho com fêmeas registradas e animais puros.
ABB – Como está a negociação do produto de cruzamento industrial com o frigorífico?
Amorim - A comercialização melhorou, principalmente depois que o frigorífico Marfrig instituiu o prêmio do novilho precoce.
ABB – Qual a importância de participar de julgamentos?
Amorim - Eu sempre participo de julgamentos. Vou para Londrina, Dourados, Goiânia, Campo Grande. Só acho que deveria haver mais julgamentos. Tenho animais jovens e prontos para participar e acho muito importante esta participação.
ABB – Para obter sucesso com a raça, qual o segredo?
Amorim – Eu sou Branguista dos primeiros. Quando entrei para o corte, foi para fazer animais Brangus. Na época, fui ao Rio Grande do Sul conhecer o trabalho da Embrapa. Faço isso nos últimos 30 anos. Não podendo criar Angus na minha região, que não se adapta, me tornei criador de Brangus. Sou adepto e acredito que cruzamento com precocidade e marmoreio só é possível pelo Brangus. Mas acho que as raças Brangus e Angus deveriam se unir para realizar promoções em conjunto. Não há concorrência. Uma coisa complementa a outra. Afinal, o criador de Angus é fornecedor dos animais puros para o cruzamento.
ABB – Qual a dica aos novos criadores?
Amorim – Que insistam no cruzamento, desde que com orientação genética. Selecione fortemente e busque desenvolver o fenótipo desejado.
Se você quiser entrar em contato com Carlos Amorim, basta mandar um e-mail para: pgacapa@terra.com.br