CARLOS (PETI) WAIHRICH FILHO – CRIADOR DA SEMANA

“O Brangus apresenta alta performance. Criamos a raça forte. Criamos a raça do futuro”

Responsável pelas áreas administrativas, sanitária e de manejo da JMT Agropecuária, em São Gabriel (RS), o veterinário Carlos Waihrich Filho, mais conhecido por Peti Waihrich, também administra sua propriedade em Cachoeira do Sul, com foco em exploração agrícola e pecuária comercial com ciclo completo. Nascido em uma família tradicional de pecuaristas, acompanhou experiências do pai e do avô com animais europeus. Mas foi na raça Brangus que encontrou o melhor potencial. “Mesmo em condições adversas, o Brangus produz uma das carnes com maior maciez, marmoreio e sabor”, afirma Peti, que garante que a raça está preparada para atender às necessidades do mercado. Com leilão agendado para a próxima quarta-feira (15/10), em Santa Maria, Peti conta um pouco de sua experiência com a raça no Brasil no quadro CRIADOR DA SEMANA.

 Associação Brasileira de Brangus – Como o senhor conheceu a raça Brangus?

Peti Waihrich - Tinha uma admiração grande mas pouco contato, até que, no final de 1999, a direção do Grupo JMT me chamou a fim de auxiliar ao sr. José Teixeira, patriarca da família Teixeira, então com 86 anos. Senhor José era quem estava à frente do setor pecuário do grupo.

ABB – Neste período, quais foram as principais surpresas que o animal Brangus trouxe ao senhor?

Peti - Nascido no meio pecuário e descendente de pecuaristas tradicionais, meu avô foi o quarto produtor a introduzir uma raça francesa no Brasil no ano de 1938. Meu pai deu seguimento e eu continuei os trabalhos, analisando características daquela raça, até então considerada boa. A partir do momento que tive convívio diário e direto com o Brangus, concluí como eram equivocados aqueles conceitos. O Brangus nos mostrou o que é uma raça realmente precoce, rústica, pouco exigente em termos de qualidade de pasto, que suporta muito bem altas variações de temperatura e, o que é importante, mesmo em condições adversas, produz uma das carnes com maior maciez, marmoreio e sabor. Isto é o que o mercado esta exigindo de nós pecuaristas.

ABB – A raça Brangus tem a vantagem de ser facilmente adaptada em todo o país. Mesmo em regiões quentes, por isso que muitas pessoas apostam nela no norte do Brasil. Mas a JMT está localizada em uma região tida como fria a maior parte do ano. Como a raça se comporta neste clima?

Peti - A diferença que existe entre o Brangus e os outros extremos, que são as zebuínas puras e as britânicas puras, é justamente esta adaptabilidade a altas variações climáticas. Enquanto uma anda bem em climas frios e temperados a outra se adapta em zonas tropicais e subtropicais. O Brangus, não só no Brasil como em vários outros países, apresenta alta performance tanto no sul quanto próximo ao equador. No Rio Grande não é raro termos em uma mesma semana ou até mesmo no mesmo dia, variações superiores a 25°C. Mesmo assim, a vaca Brangus continua com o pelo fino e apresentando alta produtividade.

ABB – Como está a comercialização da raça Brangus após a crise pecuária?

Peti - É nos momentos de crise que surgem as boas oportunidades. Após momentos de extremas dificuldades que a pecuária brasileira ultrapassou, quando pagávamos para produzir, implorávamos para que nos comprassem touros, mesmo dando condições muito facilitadas para pagamento, a “Raça Forte” teve uma retomada fantástica. Em 2007 faltaram reprodutores. Se tivéssemos 30% a mais teriam sido comercializados. Temos tido consultas por parte dos clientes atrás de touros o ano todo. A demanda por fêmeas é grande. A venda de sêmen tem aumentado consideravelmente.

 ABB – E como a JMT passou por essa crise?

Peti - Passamos por momentos extremos, com remunerações mínimas. Bancando um momento difícil, mas certos que o quadro se reverteria. Apostando na genética que tínhamos em mãos e investindo nela. Hoje estamos colhendo os frutos por termos persistido.

 ABB – Podemos considerar que chegamos ao tempo de “vacas gordas” na pecuária novamente?

Peti - Como todos sabemos, a pecuária sempre foi cíclica. Acreditamos que o atual cenário mundial é bem diferente de momentos anteriores. O consumo, em geral, tem aumentado. Existe falta de alimentos no mundo. Dificilmente voltaremos a ter remuneração tão baixa pelo o que produzimos. Principalmente quem produz qualidade, como nós da raça Brangus, que temos todas as condições de oferecer o que o mercado exige.

 ABB – E por falar em “vacas gordas”, agora é o momento de comercialização de gado no sul do país. A época dos remates. Quando será o leilão da JMT e quais as novidades?

Peti - Estamos na véspera do 8° leilão da JMT. No próximo dia 15 ofertaremos 120 touros e 150 matrizes no parque de exposições da Universidade Federal de Santa Maria. Às 16h00 estaremos junto aos clientes transmitindo no Agrocanal a nossa oferta, que realmente está muito boa. Disponibilizaremos condições de pagamento em 15 parcelas (2 + 2+ 11), plano safra (2+ 13) ou desconto de 10% para pagamento à vista. Outra vantagem do Leilão JMT é o frete grátis por 1.000 Km para carga cheia e de 150 Km para compra de três touros ou mais. Além dos touros estarem cobertos por seguro de vida nos 100 dias seguintes à comercialização. Estamos com boa expectativa.

 ABB - Vocês acreditam em genética? Como aplicam em seus animais?

Peti - Nunca deixamos de investir em genética. Desde o início, a preocupação sempre foi esta. Tivemos uma “joint venture” com criatório do Texas, de onde veio grande quantidade de embriões. Hoje temos parceria com uma importante cabanha da Argentina, de onde se tem obtido ótimos resultados. Essas duas experiências acrescentaram uma qualidade diferencial a nossa genética.

ABB – Existe algum animal em posição de destaque na propriedade?

Peti - O touro JMT Pachá 3423, Grande Campeão da Expointer de 2003, assumiu com grande êxito o papel de pai de cabanha.  Sua consistência genética tem nos dado produtos de incrível selo racial, estrutura e precocidade. Pelo reconhecimento de sua progênie, a venda de sêmen tem sido muito boa, inclusive com exportações para o Paraguai. Hoje temos nossas apostas num futuro substituto do Pachá, o JMT Tronador. Um touro jovem que já nos mostrou muito boa produção.

ABB – Crio Brangus porque...

Peti - Crio Brangus porque tenho convicção que é esta a raça que tem potencial para conquistar espaço cada vez mais, não só no sul mas principalmente no centro e norte do Brasil. Introduzindo qualidade à carne ali produzidas, para que deixemos de ser não só o maior produtor mas sim o melhor produtor de carne do mundo.

CRIAMOS A RAÇA FORTE, CRIAMOS A RAÇA DO FUTURO.

Para entrar em contato com Peti Waihrich, da JMT Agropecuária, basta enviar um e-mail para diretoria@jmt.com.br ou ligar no telefone (55) 8406-8544.

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