Carne de boi precoce tem até 50% menos colesterol
“Venho acompanhando abates há algum tempo e noto que a coloração da gordura do animal precoce é muito mais branquinha. Passei a notar também, que no churrasco, a carne de novilho precoce, quando em contato com o fogo, pinga muito mais. Ou seja, quanto mais jovem, mais água se desprende. Isso me chamou a atenção”, conta o médico veterinário Luís Eduardo Zampar, de Umuarama/PR, especialista em produção de ruminantes pela Ufla (Universidade Federal de Lavras).
Foi assim, atento aos detalhes, que Zampar decidiu levar a frente sua pesquisa para saber se a carne de animais jovens possuía quantidade diferente de colesterol que o animal mais velho. “Trabalho com novilho precoce há dez anos e queria provar que ele é bom não apenas pelo abate mais cedo, mas também pela qualidade do seu produto”, afirma.
“A raça Brangus sempre se destacou pela precocidade, motivo que faz com que seja uma das raças mais procuradas por pecuaristas e frigoríficos. Além disso, os animais Brangus possuem a considerada carne mais macia do mundo, por ser marmorizada, ou seja, possui gordura entremeada”, garante o presidente da Associação Brasileira de Brangus, Marcos Lemos Meirelles.
Como esperado, a pesquisa de Zampar comprovou que o animal jovem tem menos colesterol e menos lipídeos (total de gorduras) do que animais de três anos (média de abate para a maioria das raças zebuínas no Brasil).
O resultado mostrou, então, que o animal precoce (abatido entre 13 e 24 meses, com média de 240 quilos) é mais saudável. “Animais abatidos no tempo ‘normal’ tem em média 119mg de Colesterol/100 gramas. Já os precoces apresentam valores na metade deste valor, 58 mg de Colesterol/100 gramas”, explica Zampar.0
“A carne bovina em geral é riquíssima. Eu recomendo às pessoas que forem comer carne de animal normal, que retire a gordura para comer sem riscos à saúde. A grande vantagem do novilho precoce, para quem gosta de gordura, é que é possível comer com mais segurança, além de ser mais saudável e muito mais macio”, conclui Zampar.