Confinadores apostam no Brangus

Rápido ganho de peso e bom acabamento de carcaça são algumas das vantagens da raça

As principais vantagens dos confinamentos são a redução no tempo de abate e a necessidade de áreas menores para a criação de um maior número de animais.

Com o uso deste sistema – e escolha de raças adequa- das à produção de carne de qualidade superior – os pecuaristas brasileiros têm conseguido melhorar a produ- tividade e a rentabilidade de seus estabelecimentos, o que já é comum entre os produtores de Brangus. Sediada em Castro, no Paraná, a Agropecuária Guapiara utiliza a genéti- ca Brangus há pelo menos 15 anos.

No início, toda vacada Nelore era insemina- da com Angus e repassada com touros Canchin, e, posteriormente, com touros Brangus. Mais tarde, sobre as fêmeas meio sangue, a empresa passou a utili- zar também sêmen de reprodutores da raça, fazendo ciclo completo desde o iní- cio. Hoje, além das 500 matrizes regis- tradas, a empresa mantém um rebanho geral com seis mil fêmeas em produção, um terço delas meio sangue e o restante 3/8. “Sempre procuramos trabalhar com um ciclo o mais curto possível”, explica Edison Laroca Fontoura Filho.



Segundo ele, após o desmame, todos os bezerros acima de 230 Kg vão direto para o confinamento, onde permanecem por cinco meses e meio recebendo uma dieta a base de silagem de milho e farelo de soja, sendo que os demais são recria- dos em pastagens de aveia e azevém an- tes de serem confinados. “Temos abatido animais na faixa dos 13 meses pesando entre 480 a 500 Kg, sendo que há pelo menos quatro anos não abatemos ne- nhum animal com mais de 24 meses”, acrescenta o produtor, explicando que todos os machos são mantidos inteiros, visto que devido ao nível energético da raça se consegue um bom acabamento sem a necessidade de castrar os animais.



Edison conta que toda a produção é vendida viva, na fazenda, com preço fixado a partir de um rendimento de carcaça estipulado conforme a catego- ria: superprecoce (55%), novilhas (52%) e vacas (50%). Os animais precoces e as novilhas são comercializados para a Coo- perativa de Carnes Caiuá, de Umuarama, e para dois parceiros de Curitiba e Irati, sendo que as vacas são adquiridas por um frigorífico de São Mateus do Sul. Ele explica ainda que as novilhas são dividi- das também em duas categorias: aque- las descartadas logo após a desmama, enviadas para o abate na faixa dos 20 meses com 13,5 arrobas, e aquelas que entram em reprodução e saem vazias, abatidas com 15 arrobas aos 25 meses, sendo que as estas permanecem no má- ximo 60 dias confinadas.


Com a experiência de quem já testou outras raças de corte, o produtor não tem dúvidas em afirmar que o Brangus oferece mais vantagens, como precoci- dade sexual e de acabamento de carcaça, por exemplo. “No gado de corte, preci- samos de um animal que ganhe peso rápido e tenha um bom acabamento de carcaça. Em contrapartida, temos que fi- car com as fêmeas também e no Brangus se consegue isso. As fêmeas são férteis,


precoces e desmamam super bem os be- zerros. As poucas matrizes Nelore que ainda temos desmamam animais em tor- no de 20% mais leves e apresentam uma taxa de fertilidade de 10 a 12% mais bai- xa. Estamos 100% satisfeitos, então não tem porque procurar outra raça”, afirma Edison, revelando que o objetivo da em- presa é chegar a oito mil fêmeas para a produção de bezerros comerciais, além de outras 1500 registradas. “A ideia é aumentar o rebanho e buscar o máximo desempenho possível”, completa. 

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