Coréia Estuda Liberar A Radiação De Carnes
O órgão de regularização de drogas e alimentos da Coréia passou a considerar um pedido da Coréia Atomic Energy Research Institute (Kaeri) para permitir a esterilização por radiação de carne bovina, suína, produtos de aves e frutos do mar. Atualmente na Coréia do Sul, a radiação só é permitida em 26 alimentos, mas não em produtos cárneos.
Em 2000, o Kaeri havia feito o mesmo pedido, no entanto, este foi rejeitado pela agência reguladora de alimentos que argumentou a incerteza da segurança do processo na carne.
O Kaeri alega dessa vez que a segurança da esterilização por radiação já foi verificada por organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde e da Food and Drug Administration dos EUA. Os funcionários do Kaeri dizem que há também outros benefícios na técnica como dobrar o tempo de prateleira da carne.
Em contrapartida a esterilização por radiação enfrenta forte oposição por parte dos fabricantes de alimentos e organizações cívicas. Há um sentimento de medo entre os coreanos, que relutam em comprar produtos ou alimentos que tenham sido esterilizados por radiação.
Entenda o que é estelilização por radiação:
Irradiação de alimentos é um processo físico de tratamento comparável à pasteurização térmica, ao congelamento ou enlatamento. Este processo envolve a exposição do alimento, embalado ou não, a um dos três tipos de energia ionizante: raios gama, raios X ou feixe de elétrons. O alimento é tratado por raios gama, originados do Cobalto 60 em uma instalação conhecida como irradiador.
A energia gama é radiação eletromagnética de comprimento de onda muito curto, semelhante à ultravioleta, luz visível, infravermelho, microondas ou ondas de rádio usadas na comunicação. Estas formas de energia são utilizadas em um grande leque de propósitos; por exemplo, para cozinhar alimentos em aparelhos de microondas.
De fato, a energia simplesmente passa através do alimento que está sendo tratado e, diferentemente dos tratamentos químicos, não deixa resíduos. A irradiação é chamada de "processo frio" porque a variação de temperatura dos alimentos processados é insignificante. Os produtos que foram irradiados podem ser transportados, armazenados ou consumidos imediatamente após o tratamento.
A irradiação funciona pela interrupção dos processos orgânicos que levam o alimento ao apodrecimento. Raios gama, raios X ou elétrons são absorvidos pela água ou outras moléculas constituintes dos alimentos, com as quais entram em contato. No processo, são rompidas células microbianas, tais como bactérias, leveduras e fungos. Além disso, parasitas, insetos e seus ovos e larvas são mortos ou se tornam estéreis.
A irradiação de alimentos tem sido objeto de pesquisas intensas por mais de quarenta anos. Organizações internacionais tais como a FAO e a WHO revisaram estas pesquisas e concluíram que a irradiação de alimentos é segura e benéfica. Similarmente, o valor nutricional de alimentos irradiados foi comparado com o de alimentos tratados por outros métodos, com resultados favoráveis.
Em 1983, a Comissão do Codex Alimentarius, um grupo das Nações Unidas que desenvolve normas internacionais para alimentos, concluiu que alimentos irradiados abaixo de 10 kGy não apresentam risco toxicológico.
Atualmente, níveis de tratamento dentro desta faixa, estão sendo mundialmente realizados.
Nem a energia gama, nem os níveis internacionais estabelecidos para aceleradores de elétrons podem fazer com que o alimento se torne radioativo, O processamento por radiação não torna o alimento radioativo da mesma forma que os raios X usados para a segurança em aeroportos não tornam as bagagens radioativas.
Fonte: www.meatinternational.com / Assessoria Brangus