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Credores Recusam Proposta do Independência

Os pecuaristas goianos credores do Frigorífico Independência, que fechou as portas em fevereiro deste ano, recusaram anteontem a última proposta apresentada pela empresa durante uma assembléia geral, realizada no último dia 4, em São Paulo. O frigorífico elevou de R$ 80 mil para R$ 100 mil o montante inicial que seria pago a cada pecuarista, independente do crédito devido, caso a empresa consiga um financiamento. Porém, os credores rejeitaram o plano pela falta de garantias e datas para o recebimento.

Em Goiás, são 123 pecuaristas credores da empresa, que somam créditos de R$ 30 milhões. Em todo País, são 1.524 credores, com um total de R$ 180 milhões em créditos. A assembléia realizada em São Paulo acabou suspensa. Pela proposta, o restante dos créditos seria pago em 36 parcelas.

O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação de da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Manuel Caixeta Haun, lembra que o frigorífico apenas modificou o valor que seria pago, mas não apresentou garantia efetiva de pagamento. O problema , segundo ele, é que o pagamento fica condicionado à liberação de um financiamento pelo BNDES, até o fim de 2010. “Mas a instituição já teria sinalizado que não tem mais interesse em participar do grupo”, frisa. Ele lembra que, ao propor o pagamento de R$ 100 mil até para quem tem menos que isso a receber, o frigorífico buscou procurações de pecuaristas para agregar votos na assembléia e conseguir aprovar sua proposta. Mas, de acordo com José Manuel, essas procurações já foram impugnadas até por que muitos tem mais do que 100 mil a receber. Como exemplo O pecuarista Sandro Jaime Belo, com atividades em Jaraguá e São Francisco, tem R$ 816 mil para receber do Independência, valor que corresponde a 608 animais entregues à indústria. Ainda segundo Haun, uma das possibilidades estudadas pelos pecuaristas seria a criação de uma cooperativa de carne.

Na segunda-feira, dia 19, será realizada uma nova assembléia em São Paulo, quando a empresa ou mesmo os próprios credores poderão apresentar uma nova proposta. As dívidas do frigorífico no País somam cerca de R$ 3 bilhões.

Fonte: O Popular