Criação em pleno Pantanal do MS

Bovinos Brangus se destacam em região marcada por altas temperaturas e baixos índices pluviométricos o ano todo

O pecuarista Ruyter Silva Filho, de Coxim (MS), cria bovinos Brangus desde o tempo que eles ainda eram conhecidos como Ibagé, em referência ao município em que técnicos do Ministério da Agricultura começaram a fazer cruzamentos, em Bagé, na Campanha gaúcha. Alguns anos depois, em função do cruzamento ser o mesmo alcançado nos Estados Unidos, o nome da raça passou a ser Brangus Ibagé, até que se tornou apenas Brangus.

O produtor, que cria a raça Nelore, há 25 anos participava de um leilão em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, quando gostou de uns animais que tinham sido apresentados na pista. E decidiu comprar logo 20 daqueles touros que tanto tinham chamado a sua atenção. Os reprodutores foram usados nas vacas Nelore, que, com dois anos, já estavam no ponto de enxertia. E, depois, usou novamente os touros Ibagé nessas fêmeas zebuínas.

O criatório Brangus da Fazenda Santa Maria propriamente dito começou há cerca de 15 anos. Decidido a melhorar a qualidade do plantel da Brangus do Sertão, Ruyter participou do remate da Angus Bela Vista Agropecuária, de propriedade de Jovelino Mineiro e do pecuarista argentino Horácio Gutierrez. O criador estava interessado no touro Brangus Relmún, da Estâncias e Cabanha Las Lilas, situada no Noroeste da Província de Buenos Aires, na Argentina. Acabou retornando de Rancharia, no interior de São Paulo, com outros dez touros e passou a inseminar as fêmeas.

Os reprodutores Brangus foram usados para cobrir as fêmeas meio sangue. Até então, Ruyter ainda não registrava o rebanho, mas há 12 anos passou a fazer os registros na Associação Brasileira de Brangus (ABB), onde hoje é diretor regional de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Os reprodutores eram usados na própria fazenda até que o criador participou, como convidado, de um leilão da Agrícola Anamélia - Brangus HP, de Martinópolis, de São Paulo, de propriedade do amigo Ladislau Lancsarics Junior, que preside a ABB.

“Eu sempre separo os meus melhores touros e levo de 10% a 15% da oferta”, afirma o criador, que utiliza, há duas décadas, os reprodutores Brangus HP para cobrir a vacada em suas propriedades na região de Coxim, conhecido como Portal do Pantanal, e no Chaco paraguaio. As vendas também são feitas direto na propriedade. “Vendo touros para criadores das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil. O Brangus está crescendo em todo o País”, salienta Ruyter. O plantel da Brangus do Sertão conta atualmente com 300 vacas de gerações avançadas, 400 base e oito vacas que começarão a ser aspiradas.

Ruyter diz que o município de Coxim - localizado a 245 quilômetros de Campo Grande - oferece condições adversas para os bovinos, com temperaturas muito altas e baixos índices pluviométricos durante os 365 dias do ano. “Durante o verão, costuma fazer 45ºC e, no inverno, 20ºC, mas o Brangus trabalha muito bem. São animais muito precoces e rústicos, se adaptam com facilidade a qualquer região”, destaca o criador.

Fonte: Gustavo Paes (Grupo Futura)
Fotos: Arquivo Pessoal

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