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Criadores reclamam do aumento no preço do bezerro em MS

O preço do bezerro bate recorde em cima de recorde. A valorização está criando dificuldades para os criadores na hora de repor o rebanho. Um lote de novilhos ficou confinado por três meses e deve ser enviado para o abate daqui duas semanas. Assim que vender os animais, o pecuarista Carlos Xavier que tem uma fazenda em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, terá de fazer a reposição do rebanho, mas está difícil encontrar bezerro com preços mais acessíveis.
“Precisava comprar uns mil bezerros, consegui comprar uns 300, subiu bastante, mas mesmo assim temos que tirar o boi e repor outro”, fala Xavier. Segundo a média Cepea, em fevereiro de 2014, o bezerro era comercializado a R$ 881,44 em Mato Grosso do Sul. Na segunda semana deste mês, as cotações alcançaram R$ 1.314,06. Alta de 49,1% no período.
Se para os compradores a situação está cada vez mais difícil, quem vende bezerros vê os lucros aumentarem a cada mês. É o caso de uma fazenda, em Figueirão, localizada na região norte de Mato Grosso do Sul. No local, o criador Rubens Catenacci tem 2.600 bezerros e investe no manejo para melhorar ainda mais a rentabilidade.
“Trabalho em cima de três coisas básicas: genética de qualidade, manejo e alimentação. Como é rotacionado, eles ficam três dias em cada pasto e só comem o filé mignon do capim”, conta o criador Rubens Catenacci.
Hoje, os animais são desmamados aos oito meses de idade, com peso médio de 300 quilos. Com essa estratégia a fazenda consegue vender bezerros com valores 30% maiores em relação ao preço de mercado.
A falta de animais para a reposição foi um dos fatores que impulsionaram a valorização no último ano. O diretor da Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Famasul), Rui Fachinni, aponta, ainda, outros motivos: “O aumento do consumo interno no ano passado considerável e as exportações. Vemos o quanto aumentaram as exportações no ano passado. O que vemos agora é que as exportações continuam principalmente em relação com a desvalorização do real”.

Fonte: Globo Rural