CRISTIANO LEAL – TÉCNICO DO MÊS
Se o criador tem interesse em aumentar renda com pecuária de corte, Brangus é um excelente negócio
Zootecnista, formado pela Universidade Católica de Campo Grande, seu lugar no mundo é o Mato Grosso do Sul. Técnico da Associação Brasileira de Brangus há cinco anos, Cristiano Leal atende criadores daquela região. Para ele, todas as raças têm suas vantagens, mas o Brangus se destaca, principalmente, pela alta capacidade de adaptação. Defende com veemência o acompanhamento genético dos animais para garantir um melhoramento mais preciso, baseado não só no fenótipo, mas também no genótipo. E para conhecer um pouco mais as opiniões deste profissional tão respeitado no meio rural, leia a entrevista completa do nosso TÉCNICO DO MÊS, Cristiano Leal.
Associação Brasileira de Brangus - Conte um pouco sobre a sua história com a raça. Como tudo começou?
Cristiano Leal - No ano 1999 comecei um trabalho junto a empresa Las Lilas, na época administrada por Mario Pompeo. Eu era responsável pelas coletas de dados para avaliação genética dos animais da Raça Brangus do programa Geneplus/Embrapa. Tive essa função até o ano de 2004. Hoje o programa é realizado pela
equipe da Pec-2 Consultoria Agropecuária. Devido aos serviços de consultoria, acasalamento e avaliação genética que já prestava para sócios da ABB, em 2003 fui efetivado como inspetor técnico.
ABB - E hoje você acredita que a raça tem um diferencial positivo em relação às outras?
Leal - Vejo cada raça como uma ferramenta, que cada uma tem o seu lugar para ser usada com maior precisão. No Brasil central hoje as raças de origem Britânica tem melhor desempenho, principalmente quando falamos em produção e qualidade de carne. A raça Brangus se encaixa perfeitamente em nossos sistemas de produção, pois a rusticidade das raças zebuínas com a produção da raça Angus pode ser perfeitamente trabalhada em todo o território nacional. O que precisamos é definir quais são os graus de sangue com melhor desempenho em cada região do país.
ABB - O papel do técnico é avaliar os animais que estão aptos a receberem registros. Qual a maior dificuldade que você encontra por parte dos criadores?
Leal - Hoje a principal dificuldade é a parte de organização dos comunicados. Vejo que os produtores ainda têm muitas limitações, principalmente por parte de mão-de-obra qualificada. Em relação a revisar animais para registro, não tenho dificuldades porque os criadores estão vendo seus animais todos os dias, além de terem bom conhecimento da raça.
ABB - O que um animal não pode ter que o exclui de ser registrado?
Leal - Sem contar os defeitos desclassificatórios, quando falamos de animais que vão servir como reprodutores, além de estarem dentro do padrão da raça, também precisam ser superiores para as características de desempenho. Principalmente as de relevância econômica, como: ganho de peso, peso a desmama, peso final, conformação frigorífica, entre outros. Essas características só podem ser preditas através das DEP's (Diferença Esperada de Progênie), que hoje em dia muitas vezes são exigidas por compradores de reprodutores ou de genética. Desta forma, acho que todos os sócios que ofertam material genético ao mercado deveriam se atentar para isso e avaliarem os seus rebanhos não só para vender touros com avaliação, mas também para conhecer melhor o seu rebanho, saber quais são os seus melhores animais, descartar os inferiores e isso com base no genótipo e não apenas no fenótipo.
ABB - Atualmente você atende quantos criadores e de que regiões?
Leal - Atendo a oito sócios.
ABB - Se fosse indicar a raça Brangus para alguém, a indicaria por quê?
Leal - Indico principalmente por ser uma raça produtiva nas regiões tropicais. Se o produtor tem interesse de aumentar a sua taxa de desfruto com pecuária de corte, o Brangus é um excelente negócio.
ABB - Deixe seus contatos para quem tiver interesse em chamá-lo como técnico.
Leal - O e-mail é lealcristiano@terra.com.br e o telefone (67) 9289 4051