Distribuição de carnes e frutas começa a ser prejudicada no RS
Os consumidores da metade Sul do Estado, em especial da região de Pelotas, devem ser os primeiros a perceber os impactos dos protestos de caminhoneiros nas prateleiras. Alguns transportadores de carnes já deixaram de fazer entregas ao varejo, na terça-feira (24.02), devido às manifestações. Como os produtos sensíveis não podem ficar parados nas estradas, há registro de retorno de cargas às bases de origem. O Sicadergs (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado) ainda não fala em desabastecimento, mas o presidente da entidade, Ronei Lauxen, admite os primeiros prejuízos.
"São produtos sensíveis - a carga viva, que são animais para abate, e o produto pronto para o varejo -, que estão sofrendo dificuldades em função das barreiras. Veículos precisaram retornar a algumas bases na região de Pelotas, para evitar prejuízo à qualidade", relata Lauxen.
Na central da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre, situações de desabastecimento podem ser registradas a partir de amanhã. Frutas que vêm do Centro do país, como mamão e manga, devem ser as primeiras a faltar. Alguns permissionários suspenderam pedidos a outros estados, para evitar transtornos causados pelos protestos. Como a Ceasa ainda está totalmente abastecida, o diretor técnico, Gerson Madruga, percebe apenas impactos leves.
"Alguns clientes, ontem, carregaram na Ceasa e não conseguiram chegar a destinos, assim como alguns não vieram. Sessenta por cento da nossa Ceasa tem abastecimento dentro do Estado, em especial da Serra, que até ontem continuava desobstruída. Os outros 40% vêm de fora, principalmente as frutas tropicais", explica Madruga. Conforme o diretor, os grandes comerciantes de municípios mais distantes da Capital costumam reabastecer estoques aos domingos, na Ceasa. Se os protestos persistirem até o próximo final de semana, é provável que os preços também sejam afetados.
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) confirma a preocupação inicial com produtos de açougue e do setor hortifrutigranjeiro. Conforme nota divulgada pelo presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, os problemas pontuais de abastecimento podem começar hoje. A Agas cita a possibilidade de que os estoques sejam supridos com fornecedores regionais, mas a falta de produtos em alguns estabelecimentos não é descartada.
Fonte: Rádio Guaíba