Associação Brasileira de Brangus

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O Brangus conquista o Brasil

Raça foi a que mais vendeu doses de sêmen entre as sintéticas em 2013, conforme levantamento da ASBIA

A forte demanda pelos bovinos Brangus, devido à suas características como rusticidade e adaptabilidade a diferentes regiões, mostra que, mesmo em locais com condições climáticas desfavoráveis, campos mais pobres e pecuária menos intensiva, a raça passa a ser uma importante opção para os pecuaristas brasileiros. Em abril passado, a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) apresentou o relatório anual de vendas de sêmen de 2013, contendo o Index ASBIA 2013. O documento reúne as informações da movimentação de sêmen bovino enviadas pelas empesas associadas que representam 90% do mercado brasileiro. Com base no estudo, estima-se que foram comercializadas no Brasil 14,3 milhões de doses, o que representa uma elevação do volume de aproximadamente 5,5% em relação ao ano de 2012. O mais importante é que o relatório da entidade, que tem sede em Uberaba (MG), apontou que o Brangus, uma raça criada a partir das raças zebuínas – Brahman e no Brasil principalmente com o Nelore e a Angus, foi a que apresentou o maior crescimento entre as raças sintéticas. Conforme o relatório da ASBIA, o Brangus vendeu 146.944 doses de sêmen da chamada “raça sem fronteiras”, sendo 72.646 nacionais e 74.298 importadas, o que representa um crescimento de 31,09% em 2013 em relação ao ano anterior. O Braford, para efeito de comparação, teve um aumento de 5,54% A evolução, porém, é ainda maior se a comparação for feita entre 2013 e 2011. Em 2011, o Brangus vendeu 80.903 doses. Em 2012, o número passou para 112.092 doses. No ano seguinte , a venda de sêmen Brangus saltou para 146.944, um aumento nas vendas de 81,63% nos últimos três anos, também considerado a comercialização de doses de sêmen nacionais e importadas. O Braford registrou um aumento de 16,03% no período. A venda de sêmen dos bovinos Red Brangus também aumentou em 2013, embora o crescimento tenha sido um pouco menor: 23,27% em relação ao ano anterior, de acordo com o levantamento da ASBIA. Nos últimos três anos, as vendas dos exemplares de pelagem vermelha registraram um aumento de 10,31%, com a comercialização de 195.131 doses de sêmen, segundo a pesquisa ASBIA. Os números do Brangus impressionam, mas não surpreendem quem já conhece o grande potencial da raça, que foi criada há mais de cem anos, nos Estados Unidos, com o objetivo de apresentar alta produtividade mesmo em condições de clima e meio ambiente completamente adversas, típicas das regiões tropicais e subtropicais. “Quando eu falava meses atrás que o futuro nos pertence, não me equivocava. Nosso crescimento, tanto na venda de sêmen como de animais, deve- se a vários fatores, como o aumento das fêmeas   F1 como matrizes e o ingresso de novos criadores na raça”, destaca o presidente da Associação Brasileira de Brangus (ABB), Raul Victor Torrent. Ele acrescenta que o sucesso do Brangus também é explicado pela presença em todos os eventos técnicos e membros da diretoria da ABB explicando por que a raça Brangus é a melhor opção para o Brasil. Torrent ressalta que o relatório da ASBIA mostra efetivamente o crescimento do Brangus por todo o Brasil. Segundo ele, atualmente o rebanho é de aproximadamente 140 mil animais. Cerca de 60% deles estão no Rio Grande do Sul, mas a raça vem se expandindo rapidamente para outras regiões, segundo o dirigente. Ela tomou conta do Mato Grosso do Sul e também vem crescendo em outros Estados, como Goiás, onde já existem diversos criadores, e em São Paulo, Mato Grosso e Pará, onde produz carne de qualidade com muita eficiência. O presidente da ABB frisa que a lucratividade na pecuária depende de investimento na agregação de valor na carne, principalmente pelo avanço de outras culturas, como os grãos – especialmente a soja e milho – sobre áreas de pastagens para pecuária de corte. “Os grãos estão tomando conta das áreas mais nobres de nosso país, por que não tem quem concorra com eles.Os animais estão sendo empurrados para zonas marginais, com pastos de menor qualidade, onde Brangus mostra todo seu potencial”, explica Torrent.