EDISON LAROCA FONTOURA FILHO – CRIADOR DA SEMANA

“Para termos padrão racial e produtivo cada vez melhores uma alta pressão de seleção é fundamental”

Veterinário da Agropecuária Guapiara, empresa com matriz em Castro (PR) e fazendas no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, Edison Laroca Fontoura Filho acredita no crescimento da raça Brangus no Brasil. Há 14 anos na pecuária, não demorou para perceber que em propriedades com tão variada topografia e climas bem definidos, a boa adaptação do Brangus seria aposta certa. Tradicional no ramo de reflorestamento e agricultura, a Guapiara resolveu investir na pecuária como forma de diversificação e encontrou na raça Brangus resultados rentáveis. “Apesar de não ter tradição em pecuária [a empresa] é baseada em resultados”, garante Laroca. Para conhecer um pouco mais sobre essa história, leia a entrevista completa com Edison Laroca Fontoura Filho, o nosso CRIADOR DA SEMANA.

Associação Brasileira de Brangus – A Agropecuária Guapiara sempre se destacou pelo trabalho feito na área florestal. Há quanto tempo resolveram investir na pecuária e qual foi o motivo desta decisão?

Edison Laroca Fontoura Filho – A Guapiara começou a investir em pecuária há 14 anos, sendo os maiores investimentos feitos a partir do ano 2000. O principal motivo que levou a empresa a investir em pecuária, foi a diversificação de seus negócios, que eram até então baseados em reflorestamento e agricultura, diluindo dessa forma os riscos da atividade.

 

ABB – Como a raça Brangus passou a fazer parte do rebanho de vocês?

Edison – Quando a empresa começou a fazer cria, iniciou utilizando algumas raças européias puras e que devido a falta de adaptação ao meio e a alguns problemas de ectoparasitos, sentiu a necessidade de uma maior rusticidade, que foi encontrada na raça Brangus, sem perdermos as qualidades da raça européia, que são fundamentais ao se decidir fazer uma pecuária de ciclo curto e de qualidade.

ABB – Desde que optaram por criar a raça, sempre buscaram formas de acompanhar o mercado com novidades. Como por exemplo, a venda de bezerros que anunciaram para este ano, comércio pouco explorado, mas com grande potencial. No rebanho de vocês, qual o ponto forte em vendas atualmente?

Edison – Apesar da venda de parte dos bezerros nesse ano, o ponto forte das vendas ainda se baseia nos animais para corte, tanto machos quanto fêmeas, já que além de fazermos parte da Cooperativa de Carnes Caiuá (Umuarama – PR), ainda temos mais dois clientes, donos de redes de supermercados no Paraná, que optaram por um comércio de carne diferenciada, destacando-se principalmente pela qualidade.

ABB – No final de agosto a Agropecuária Guapiara fará um Dia de Campo da raça Brangus, como já se tornou tradicional todo ano na empresa. Como acham que eventos como esse colaboram para a divulgação do trabalho com a raça?

Edison – Acreditamos que esse tipo de evento tem importante papel na divulgação da raça, já que são apresentados resultados na exploração comercial de animais de corte,  sendo que neste ano também de animais de desmama, tendo como base a raça Brangus. A empresa, apesar de não ter tradição em pecuária é baseada em resultados, com a obrigação de ser rentável, já que é mais um negócio dentro do grupo. Além disso é uma boa oportunidade de entrar em contato com algumas tecnologias recentes, como no caso desse ano, a palestra sobre marcadores moleculares, que acredito ter um grande potencial, desde que usada de forma coerente e com objetivos definidos.

ABB – A participação em julgamentos da raça também é bastante comum para a Guapiara. Para o animal, quais as vantagens de serem julgados?

Ediison - Acredito que as principais vantagens de um animal ser julgado, referem-se  a termos uma noção de como o nosso rebanho está situado em termos de qualidade junto aos demais rebanhos da raça, uma maior valorização do animal premiado e uma maior exposição do rebanho em diferentes regiões do estado ou do país. 

ABB – Como é feito o trabalho genético nos animais de vocês?

Edison - O trabalho genético do rebanho da Guapiara é baseado fundamentalmente em produtividade, utilizando dados do programa Natura e, mais recentemente,  do Igenity. São utilizados somente animais provados para as características que consideramos desejáveis a serem incluídas em nosso rebanho. Nesse trabalho a eventual identificação de animais de pista, é apenas uma conseqüência dos acasalamentos que buscam animais cada vez mais produtivos.

ABB – Acredita que para atingir alta produtividade e desempenho no rebanho a genética é indispensável?

Edison - Sem dúvida nenhuma. Não se atinge alta produtividade sem um trabalho genético consolidado e com objetivos bem definidos. Não se deve  esquecer que genética é apenas um dos pilares da produção, se não trabalhamos com sanidade e nutrição, além de um bom manejo, não tem genética que faça milagre.

ABB – Qual será a próxima novidade da Guapiara.?

Edison - Aumento do rebanho registrado, com maiores investimentos em genética de ponta, baseados na transferência de embriões. 

 ABB – Castro (PR), onde está localizada uma das fazendas de criação Brangus da Guapiara, é uma região bastante conhecida pelo relevo acidentado e pelo clima bem definido em cada estação. Como a raça Brangus reage ao local?

Edison - Adaptou-se facilmente, porém, o grande desafio para a raça, está na fazenda Santo Antônio, no município do Laranjal (PR). Nessa fazenda, além da topografia bastante acidentada, o clima é muito quente e úmido e apesar disso os animais estão tendo um ótimo desempenho. Exemplo disso é que as matrizes dessa propriedade, a curto prazo, serão Brangus 3/8 para produção de animais de corte.

ABB – E para concluir, deixe uma dica para os criadores da raça.

Edison - Para termos um padrão racial e produtivo cada vez melhor, uma alta pressão de seleção é fundamental.

Para falar com Edison Laroca, mande um e-mail para edisonlaroca@uol.com.br

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