Embrapa Alerta Sobre Degradação De Pastagens
Mais da metade das pastagens da Amazônia está em processo de degradação. É o que indica uma estimativa feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que mostra a recuperação das forrageiras na região como a única alternativa para manter a competitividade da pecuária, sem elevar os índices de desmatamento. Pesquisas voltadas à recuperação de pastagens foram apresentadas no II Rondônia Leite, evento que reuniu especialistas de todo o país, e se encerrou hoje (18), em Rondônia.
"É preocupante a degradação de pastagens, não apenas na Amazônia, mas em todoo país", salienta Marcos Roveri, diretor-executivo da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais (Unipasto). "O apoio do governo em programas de recuperação de áreas degradadas, hoje estimadas em 70 milhões de hectares, é um ótimo caminho para contribuir com a cadeia produtiva e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente", destaca Roveri. Fatores naturais fazem da região Amazônica um importante pólo para a agropecuária e para o desenvolvimento de pastagens. O clima que combina temperaturas elevadas com um alto volume de chuvas é bom para o crescimento de forrageiras. Porém, como alerta Carlos Maurício Soares, pesquisador da Embrapa Acre, é importante recuperar a área quando ela se tornar improdutiva. A presençade fungos, a falta de manutenção do solo, o elevado número de animais por região de pastagem e as cigarrinhas, praga das forrageiras, são as principais causas de degradação. Não existe uma fórmula certa para a recuperação das áreas de forrageiras, segundo Soares. Cada região precisa ser analisada para verificar as causas da degradação. É necessário que se faça um manejo adequado do solo e que as origens do problema sejam eliminadas, caso contrário a área pode continuar improdutiva.
O sistema de produção a pasto coloca o Brasil em uma posição privilegiada e competitiva juntos aos mercados internacionais. "O problema da degradação da pastagem precisa ser mais bem entendido por todos, para que o sistema seja produtivo e ao mesmo tempo sustentável", adverte Roveri. "A recuperação das áreas evita que novas regiões sejam abertas para o pasto e, com isso, preservam o meio ambiente", completa. A Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais (Unipasto) é uma associação composta por empresas e produtores de sementes de forrageiras distribuídos pelos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso,Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. A entidade foi criada em 2002 a partir da parceria junto à Embrapa, com o objetivo de apoiar financeiramente a pesquisa no desenvolvimento de novas cultivares de forrageiras tropicais.
Com população de 1,4 milhões de habitantes, Rondônia é Estado que mais cresce no Brasil, além de ser o terceiro mais populoso e de maior densidade demográfica entre os estados da Região Norte. São 52 municípios entre os quais se destacam Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal, Vilhena e a capital Porto Velho. Da área total de 237 mil km, 85% tem potencial produtivo, segundo a Embrapa. Além do crescimento econômico sustentado principalmente pela agropecuária, duas hidrelétricas em construção sobre o Rio Madeira - Santo Antônio e Jirau - responderão pela geração de 30 mil empregos de 2009 a 2019. Esse conselho da manutenção das pastagens também serve para todos as propriedades rurais, não importando onde esta se localize.
Fonte: Unipasto