Estância São Rafael e JMT se destacam na 3ª Prova Top Brangus UFRGS

Testes realizados pela ABB e a Ufrgs avaliaram a seleção por eficiência alimentar de machos Brangus no Sul

A Estância São Rafael, de São Borja, e a JMT Agropecuária – Fazenda Estância Velha, de São Gabriel, ambas do Rio Grande do Sul, se destacaram na terceira edição da Prova Top Brangus Ufrgs 2021. O anúncio dos vencedores ocorreu na manhã deste domingo (24/10), durante uma live no YouTube da Associação Brasileira de Brangus (ABB), que contou com a participação do presidente do Conselho Deliberativo Técnico da ABB, Antônio Carlos Corrêa Osório, do criador Gabriel Correa de Barros, do presidente da entidade, Ladislau Lancsarisc Junior, e do Professor Doutor Jaime Urdapilleta Tarouco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

O primeiro lugar ficou com o touro tatuagem 0426, da Estância São Rafael. O reprodutor, que nasceu no dia 5 de agosto de 2020, é filho do touro Hemingway e da vaca MR6/218. O animal obteve um índice final de 2,59. O criatório de São Borja fez dobradinha com o touro tatuagem 0537, que ficou na segunda colocação da Prova Top Brangus Ufrgs. Ele nasceu em 29 de agosto de 2020 e é filho de MR Coringa 0672 e da vaca MR 4/066 Don Ciriaco. O índice final do tourinho foi de 1,90.

O resultado foi bem recebido pelo proprietário da Estância São Rafael. “Nós sabíamos que seria muito difícil, mas apostávamos nos dois touros, mas não esperávamos conquistar os dois primeiros lugares”, disse o criador Nelson de Alvarenga Mariano da Rocha. Ele lembrou que, em 2019, a propriedade já havia conquistado o título e, no ano passado, ficou entre os dez melhores da Prova Top Brangus. Os dois tourinhos devem permanecer na fazenda. “Vamos usá-los no rebanho porque são animais de exceção”, acrescentou. A São Rafael conta atualmente com um plantel de 1 mil cabeças, com cerca de 600 ventres Brangus registrados.

A JMT ficou com o terceiro lugar da avaliação com o touro tatuagem H223. O reprodutor, que nasceu no dia 27 de outubro de 2020, é filho do macho JMT Pacha e da vaca JMT C098. O animal terminou a prova com índice final de 1,34. Um dos administradores da JMT, Fernando Waihrich, disse que confiava na genética superior dos animais que participaram da prova. “Acreditávamos que eles seriam superiores e dois deles ficaram no grupo de elite”, destacou Waihrich, lembrando que, 2020, a JMT conquistou o primeiro lugar do teste.

A prova - A Prova Top Brangus foi realizada na Estação Experimental Agronômica da Ufrgs, em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os animais ficaram em uma área de 1.125 metros quadrados, o equivalente a 56,25 metros quadrados para cada touro. A avaliação durou 91 dias (21 dias de adaptação e outros 70 dias de prova) e teve a participação de 48 touros - machos nascidos entre 1º de agosto e 30 de outubro de 2020. A atividade contou com 19 propriedades, sendo que 18 delas eram do Rio Grande do Sul e uma de Santa Catarina.

O teste teve como objetivo medir o consumo e ganho de peso residual (CAR e Ganho de Peso Residual), área de olho-de-lombo (AOL), espessura de gordura subcutânea na picanha (EGP), espessura de gordura subcutânea de costela (EGS), gordura intramuscular (marmoreio) e o perímetro escrotal (PE) dos animais. Ao final foi gerado um Índice (TOP Brangus) com ponderações de todas essas medições.

A avaliação foi coordenada pelo Professor Tarouco, profissional de referência internacional em avaliação de carcaça por ultrassom e maior autoridade brasileira nesse tema. “Os criadores estão de parabéns pela qualidade dos animais, que eram mais homogêneos e se destacaram principalmente pelo ganho de peso, que ficou de 30% a 40% acima do que foi projetado, um ganho médio de peso de 1,400 quilo”, disse Tarouco. O especialista frisou, no entanto, que o objetivo do teste não era conquistar o lugar mais alto do pódio, mas, sim, selecionar animais mais eficientes e que exijam menos alimentos para produzir mais. “A alimentação corresponde de 52% a 75% do custo de produção e para reduzir esse custo é preciso selecionar os animais”, sublinhou.

O presidente da ABB elogiou os 19 criadores que enviaram animais para participar do teste. “É importante o criador ter a vontade de ter informação do seu gado, do intrarrebanho, quais são as características que ele quer multiplicar no fututo dentro do seu rebanho”, completou Ladislau Lancsaris Junior. O dirigente adiantou que o objetivo para o próximo ano é contar com o dobro de participantes. “A ABBB aprova este tipo de prova e a meta é ter 100 propriedades na Top Brangus Ufrgs 2022”, sublinhou.

Julgamento - Os pesquisadores também analisaram o temperamento dos animais, no início, no meio e no final dos testes. A Ufrgs usou um equipamento formado por dois pares de células fotoelétricas, instalados na saída do tronco de contenção a uma distância de 2 metros entre eles e a uma altura de 0,60 a 0,80 centímetros do piso. A velocidade de fuga era calculada pelo tempo que o animal percorria determinada distância, após o manejo. Ainda foi feito um julgamento morfológico. Os animais ainda foram avaliados por três técnicos da ABB, entre eles a zootecnista Renta Pereira, Superintendente do Serviço de Registro Genealógico da entidade. O teste de temperamento e o julgamento morfológico, no entanto, não foram considerados para o Índice da Prova Top Brangus.

Fonte: Gustavo Paes (Grupo Futura)
Foto: Gabriel Oliveira
Vídeos: Agência El Campo e TV El Campo

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