Exportação: Abiec prevê crescimento de até 15%

Gitânio Fortes

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes prevê que em 2007 os embarques de cortes bovinos e derivados propiciem receita de aproximadamente US$ 4,6 bilhões, crescimento de até 15% em relação ao que se deve faturar este ano, anunciou nesta segunda-feira, 11 de dezembro, o ex-ministro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini de Moraes, presidente da Abiec.

O avanço dos embarques em volume deve se situar em torno de 10%, para algo em torno de 2,7 milhões de toneladas em equivalente-carcaça. O menor incremento nas quantidades se explica, até porque, segundo Pratini, não existe apetite da demanda internacional para aumento maior que esse.

Para confirmar esse desempenho, a Abiec considera fundamental persistir nas ações de marketing para a divulgação da carne bovina brasileira. Desde 2001, a entidade tem convênio com a Apex-Brasil, agência de promoção das exportações, Até o final deste ano a parceria institucional invese R$ 14 milhões. Até 2008, mais R$ 8 milhões serão aplicados, relata Andréa Veríssimo, gerente internacional da Abiec.

Comparação com a Austrália - No acumulado de janeiro a novembro, os embarques de carne in natura e industrializada do Brasil superaram pela primeira vez, em receita, as exportações dos mesmos produtos da Austrália. O placar: US$ 3,475 bilhões a US$ 3,384 bilhões para as empresas brasileiras. Agora, em relação aos australianos, a cadeia bovina brasileira perde apenas em preço médio.

Os números mostram aumento de 27,27% na receita e de 10,74% no volume em relação a igual período do ano passado. O preço médio da tonelada embarcada do País cresceu 15% em dólar de janeiro a novembro de 2006 na comparação com os mesmoes meses de 2005. Segundo Pratini, a indústria brasileira evolui em agregar mais valor aos embarques de carne bovina.

O presidente da Abiec destacou que os frigoríficos nacionais começam a tratar diretamente para redes de varejo de países importadores. Os primeiros negócios foram fechados com empresas da Rússia. "O Brasil está cada vez mais vendedor. A carne bovina segue o exemplo de companhias das áreas de mineração, celulose, aviação, suco de laranja e, em menor escala, do café", descreveu Pratini.

O ex-ministro também ressaltou a presença de indústrias brasileiras em outros países do Cone Sul da América do Sul. Companhias nacionais contam atualmente com 10 unidades em três nações: três na Argentina, três no Uruguai, uma no Chile e três no Paraguai. Além disso, há centros de distribuição em Portugal, no Reino Unido, na Holanda e dois na Rússia.

Valor da experiência - A experiência que se ganha sobretudo na Argentina e no Uruguai, países autorizados a vender carne in natura para mercados que atualmente fechados para esses cortes brasileiros - Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul, Canadá e México - vai ser muito útil no curto prazo, avaliou Pratini.

Para o próximo ano, quando se espera o desenlace do "episódio sanitário" desencadeado pelos focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul no final de 2005, o presidente da Abiec prevê a retomada das negociações para a ampliação do mercado da carne in natura brasileira.

Vender para os EUA, para o Japão e para a Coréia não se justifica apenas por esses mercados pagarem mais pela carne bovina. Mas também porque funcionam como referência de habilitação de importação de outras nações (na América Central e na Ásia).

De acordo com Pratini, a volta dos Estados Unidos ao mercado internacional, superados também os vetos à carne norte-americana em decorrência do surgimento do mal da vaca louca no território dos EUA no final de 2003, não afeta diretamente o Brasil. O país "briga" diretamente com a Austrália.

Chile - Com os embargos por causa da aftosa sendo vencidos pouco a pouco, a Abiec não disfarça desconforto com o veto chileno à carne bovina brasileira. Em 2004 o Chile comprou do Brasil 105.000 toneladas. No ano passado, já sob o efeito da aftosa, foram 66.000. Neste ano, no período de janeiro a novembro, apenas 3.400 toneladas.

O único Estado brasileiro autorizado a embarcar para os chilenos é o Rio Grande do Sul. Com a Argentina, que enfrentou problemas semelhantes com a aftosa no começo do ano, o tratamento do Chile seguiu outro padrão, e o comércio se restabeleceu com rapidez.

"A atitude do Chile é injustificável", disse Antônio Camardelli, diretor executivo da Abiec. Como "reciprocidade", os exportadores brasileiros preparam relatório ao governo brasileiro que apontam inconformidades na produção de salmão em cativeiro no Chile.

Segundo a Abiec, não procede a queixa chilena de que haveria morosidade do governo brasileiro em responder questões sobre a situação sanitária das regiões em que houve aftosa.

Fonte: Portal DBO

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