Foco de aftosa inglês é isolado
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, discordou ontem de avaliações de que o Brasil vai se favorecer em termos comerciais dos focos de aftosa diagnosticados na semana passada na Inglaterra. 'Não haverá alteração, a questão é isolada e a Inglaterra está resolvendo o problema', afirmou.
Além da União Européia, Japão, Estados Unidos, Filipinas, China, Canadá, Rússia, Coréia do Sul, Emirados Árabes e Nova Zelândia suspenderam as compras de animais e derivados do Reino Unido.
O setor privado também não considerou que o foco inglês possa ser uma oportunidade para o Brasil. 'É prematuro fazer uma avaliação de mercado agora', informou o frigorífico Marfrig, um dos maiores do País.
'Do ponto de vista político, talvez tenhamos um pouco menos de pressão por parte dos fazendeiros britânicos para eventual embargo ao Brasil, pois agora eles têm outra preocupação', diz o diretor comercial do grupo Independência Alimentos, André Skirmunt.
O secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, explicou que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) determina que, caso não exista risco de escape do vírus da aftosa, o restante do país pode manter as exportações. A OIE determinou uma zona de controle que abrange 3 km a partir do foco e uma área de vigilância que ocupa 10 km.
O Brasil não importa animais vivos e material genético do Reino Unido desde 1990, quando foram diagnosticados casos do mal da vaca louca na Inglaterra. Mesmo assim representantes de pecuaristas e dos exportadores cobraram do governo brasileiro um posicionamento. Kroetz lembrou que, se a Inglaterra cumpre as exigências da OIE, não há porque impor embargos.
Fonte: www.mnp.org.br