Frigoríficos têm resultado ruim no 2º trimestre

Os grandes frigoríficos Minerva, Marfrig e JBS divulgaram o resultado de suas operações financeiras no terceiro trimestre. As multinacionais Marfrig e JBS reportaram lucro abaixo do esperado, e o grupo Minerva registrou prejuízo.


No último dia 14 de agosto, a JBS divulgou o balanço, onde apontava lucro de R$ 3,7 milhões, 97,1% menor que no mesmo período do ano passado. Na segunda feira, 16, o grupo Marfrig anunciou que o lucro de R$ 127,4 milhões foi 68,5% menor que o ganho apurado entre abril e junho de 2009. O Grupo Minerva, que também divulgou o balanço nesta segunda feira, 16, registrou prejuízo de R$ 17,5 milhões no segundo trimestre de 2010.



 



Para o analista César de Castro Alves, na MB Agro, a despeito da variação cambial, que segundo as empresas, influenciou nos resultados deste trimestre, o grande vilão do resultado dos balanços foram os custos da matéria prima. " Os preços e custos nos EUA, Brasil, Argentina e Uruguai, sofreram reajustes, e isso provocou um impacto no resultado trimestral destas empresas" afirma o analista.



 



Na comparação entre o segundo trimestre de 2010 com o mesmo período do ano passado, Castro Alves, aponta que o preço do suíno nos EUA teve aumento de 39%, no varejo o preço da carne foi reajustado em 31% e a receita com as exportações despencaram 27%. O frango manteve estabilidade com queda de 7% no preço do animal vivo, aumento de 2% no varejo e reajuste positivo de 6% nas exportações. Já no caso da carne bovina, o reajuste na arroba do boi gordo (14%) foi integralmente repassado para o varejo e nas exportações houve uma pequena redução de 12%. "Esses valores refletem principalmente na planilha de custos do grupo JBS, que possui mais de 65% das negociações nos Estados Unidos".



 



No caso do Marfrig, o analista mostra que as plantas no Uruguai e na Argentina são focos de preocupação. Entre o abril e junho deste ano e o mesmo período do ano passado, a arroba do boi e o preço do varejo no Uruguai sofreram praticamente o mesmo reajuste, 31% e 32% respectivamente. Já as exportações aumentaram menos, 20%. Na Argentina, a política das retenções deve continuar prejudicando o mercado. Na comparação entre o 2º trimestre deste ano e o mesmo período do ano passado, o preço do boi subiu 98%, a carne vendida no varejo foi reajustada em 72% e as exportações caíram 65%. No Brasil o cenário de escassez de animais e a pressão altista no preço da arroba, provocado pela disputa entre os frigoríficos para cumprir as escalas de abate foi especialmente prejudicial para o grupo Minerva, que deixou de encontrar no Paraguai animais com preços mais competitivos.



 



O analista da MB Agro alerta para o fato de que, o nivel de endividamento destas companhias manteve-se estável, o que significa que os recursos recebidos pelos frigoríficos, estão sendo aplicados no capital de giro. Para o próximo trimestre, mantidas as tendências, Castro Alves aponta para um cenário ainda nebuloso. "O aumento no preço dos insumos, especialmente, milho e soja devem refletir no preço do frango e no Brasil não há sinais de desaquecimento no mercado do boi gordo."



Portal DBO

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