Londrina: Cruzamento anima criador de taurinos
Ânimo para os selecionadores, em especial de raças taurinas, com maior participação em pista
A 47ª Exposição Agropecuária de Londrina, realizada de 5 a 15 de abril, pela Sociedade Rural do Paraná (SRP), mostrou ânimo dos selecionadores, em especial de raças taurinas com maior participação em pista. Na comercialização, os passos ainda são comedidos. Dos 22 leilões da mostra, 9 venderam bovinos de seleção e apenas 2 foram de raças taurinas: Angus e Caracu.
A alternativa segura para os criadores de taurinos junto com as associações de raça foi investir em outras frentes de comercialização e promoção: o shopping com venda direta e fomento aos leilões de gado geral com produtos cruzados selecionados.
O 1º Shopping da Rural contou com a exposição e oferta de 14 raças durante os 11 dias de feira. Foram Nelore, Nelore Mocho, Marchigiana, Limousin, Limflex, Aberdeen Angus, Red Angus, Tabapuã, Brangus, Brahma, Canchim, Guzerá, Nelore Mocho e Girolanda.
“Com o shopping, o retorno comercial é feito de maneira cautelosa e eficiente. É interessante principalmente para as raças que não contam com evento próprio ou para criadores com oferta diferenciada dos leilões tradicionais da feira”, avalia o presidente da Sociedade Rural, Alexandre Kireeff.
O gerente de operações da Associação Brasileira de Angus, Fernando Velloso, confirma o bom resultado do shopping. “Vendemos o lote de animais em oferta e optamos por repor por outro grupo. Havia procura e interesse”, comenta. Para 2008 está confirmada a segunda edição do evento com maior investimento em divulgação e parceria com outras associações.
Produtos comerciais - No gado geral, o resultado foi considerado construtivo, com preços valorizados. “A região é um banco genético de raças. Por isso investimos em ações para mostrar a forma correta de trabalhar com o cruzamento industrial e em paralelo organizamos leilões com animais selecionados pelas associações”, comenta Kireeff. O presidente da Rural avalia que essa é a melhor forma de alavancar economicamente as raças taurinas.
O destaque entre os leilões de gado geral coube ao 3º Leilão Difusão Cruzamento Industrial organizado pela Sociedade Rural em parceria com as associações de raça. Prova do bom resultado foi a liqüidez total e média de R$ 537,08 para machos e R$ 520,19 às fêmeas. O melhor preço saiu para fêmeas meio-sangue charolês de 15 meses à base de R$ 1.116 cada.
Outro sinal da procura pelo cruzamento industrial coube ao lote de destaque do Leilão 10 Marcas, com preço de R$ 903 para garrotes meio-sangue Red Angus de 20 meses. A média geral do evento bateu em R$ 563,20 para machos e R$ 539,44 para fêmeas. A feira de Londrina contou com outros quatro leilões de gado geral.
Satisfação no zebu - A alta na comercialização de bezerros também agradou os selecionadores de Zebu. “Mesmo em curto espaço de tempo, a reação do bezerro reflete na procura por touros para estação de monta no primeiro semestre, o que não é usual”, avalia Ricardo Rezende, presidente da Associação de Neloristas do Paraná (Anel). “Além de alavancar indiretamente todo o mercado de genética”, completa.
Rezende afirma que, no estado, o motivo do aquecimento no mercado de bezerros é reflexo do abate de fêmeas em anos anteriores e a substituição da pecuária pela agricultura. Além disso, o dirigente da Anel acredita que o produtor dá sinais de maior capitalização.
No mercado de seleção de Nelore, apesar do menor número de eventos, pois vários leilões tradicionais se fundiram, o clima era de otimismo com cenário mostrando-se favorável para a ExpoZebu, em maio.
A feira de Londrina contou ainda com leilões de eqüinos, ovinos e cães. Segundo os organizadores, o faturamento totalizou R$ 17,845 milhões por 4.769 exemplares.
Fonte: Portal DBO