Não há nenhum país no mundo que tenha como o Uruguai mais de 50 anos sem usar hormônios e anabolizantes

O presidente do Instituto Nacional de Carnes (INAC) do Uruguai, Luis Alfredo Fratti, disse que "depois dos Estados Unidos, o Uruguai é o país que vende mais caro suas carnes". Ele previu um segundo semestre "com valores sensivelmente superiores". Para ele, esse é o melhor momento para explorar as virtudes de produzir carne a pasto e a céu aberto, destacando que há alguns anos está proibido por lei o uso de antibióticos, promotores de crescimento à base de hormônios e antibióticos durante a engorda do gado.
"Vamos por um caminho que os demais não podem transitar, tanto fora como dentro da região. Não há nenhum país no mundo que tenha como o Uruguai mais de 50 anos sem usar hormônios e anabólicos na produção de carne e engorda do gado (proibido por lei). Além disso, ultimamente foi o primeiro que passou a não usar antibióticos nas rações como elemento para ajudar o crescimento". Para Fratti, não existe outro país que "possa ser mais eficiente que o Uruguai produzindo carne a pasto. A União Europeia (UE) não pode fazer, os Estados Unidos não pode fazer com todos os animais e os países que se usam muito a cria intensiva, não podem deixar de usar hormônios de crescimento".
Embora seja certo que o Uruguai, criando a pasto e sem usar hormônios, esteja pagando um custo alto, para o presidente do INAC, "a diferença é clara. Hoje, discutir o uso de hormônios e promotores de crescimento no Uruguai é uma barbaridade. "Creio que é uma questão de Estado, não podemos repensar no uso de anabolizantes ou medicamentos que nos tirem desse padrão que o Uruguai conseguiu.
Hoje, temos uma carne absolutamente diferenciada e isso é o que temos que aproveitar". Em um mundo onde todas as previsões são de que a produção mundial de carne bovina será inferior à demanda, o Uruguai tem muito a ganhar. Por isso, para Fratti, os maiores desafios no futuro passam por "melhorar a inserção internacional. Não podemos dizer que sonhamos com diversificar mais os mercados, porque no caminho, o único que aparece é o Japão.
Sobra outra meta para alcançar, a não ser que apareça algum país que hoje não temos como cliente e que peça a habilitação. É necessário trabalhar a abertura do Japão pela importância que tem como destino, mas a meta não é apostar na diversificação". Por outro lado, Fratti reconheceu que também "é necessário encontrar na Coreia do Sul os canais de comercialização que não temos encontrado.
O preço ajuda, mas se a Coreia é um mercado em termos de preços similar ao do Japão e competimos com outros exportadores (como Austrália e Estados Unidos) em todos os mercados, por que não vamos poder competir na Coreia do Sul?".

Fonte: El País Digital

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