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Pecuária Contribui Muito Com Produção De Biodiesel

Quem se utiliza do óleo diesel diariamente nos postos de combustíveis pode não perceber a contribuição que a pecuária brasileira oferece nessa produção. Esta contribuição teve início há cerca de quatro anos, quando o governo brasileiro determinou que o óleo diesel, velho conhecido dos caminhoneiros, trouxesse um percentual mínimo de biodiesel, que no final de 2009 era de 4% e a partir desse ano, esse percentual irá subir para 5%.

Esse percentual faz do Brasil um importante produtor e consumidor do biodiesel. Uma alternativa ecologicamente correta aos derivados do petróleo, que pode ser produzido a partir de fontes renováveis como óleos vegetais e animais, que no caso é o sebo do boi. Um subproduto da pecuária que está se tomando figura central na produção do combustível e já corresponde a 3O% de todo biodiesel produzido no Brasil.

Até hoje, o sebo era considerado um subproduto do boi, que servia principalmente para a indústria alimentícia e para a indústria de cosméticos. Os produtores de sabões são grandes beneficiários da gordura animal, e agora passam a disputar a matéria-prima com as indústrias de biodiesel.

De acordo com o boletim mensal de biodiesel, o sebo do boi é a segunda matéria-prima mais utilizada para a produção desse combustível ecologicamente correto, perdendo apenas para soja.

De acordo com o assessor executivo do SaidiBio, Sindicato dos produtores de biodiesel de Mato Grosso, Marco Aurélio Ribeiro Coelho, atualmente Mato Grosso possui 17 indústrias de biodiesel e todas estão utilizando o sebo do boi nesta produção.

E as vantagens da utilização deste produto vão além de opções de matérias prima para as indústrias. Marco Aurélio explica que se a gordura do boi não for industrializada, o destino dela será os aterros, o que podem causar poluição do lençol freático.

“A vantagem da utilização do sebo do boi na produção de biodiesel é que ele tem passivo ambiental zero”, comemora. Além das vantagens ambientais, o crescimento da procura pelo sebo é um impulso extra para os pecuaristas que tiveram a chance de somar ao preço final dos negócios algo que muitas vezes chegava a ser considerado um mero rejeito.
Adriano Sales, proprietário da SSIL, empresa que produz biodiesel exclusivamente a partir de produtos de origem animal, explica que a vantagem econômica varia de acordo com o mercado. Ou seja, no final do ano que o consumo de carne aumenta, há um excedente de sebo no mercado, o que diminui os preços.

Assim, a maioria das empresas que produzem biodiesel trabalham em duas linhas, com o sebo e com o óleo vegetal.
“Então o pessoal vai ver qual a melhor matéria-prima que compensa no momento. Mas não há dúvida de que o sebo tem passivo ambiental zero”, afirma Sales. De acordo com Sales, o processo utilizado para produzir biodiesel a partir de gordura animal é basicamente o mesmo dos óleos vegetais: é a transesterificação. Uma reação da gordura com um álcool, impulsionada pela presença de um agente catalisador.



Fonte: Folha do Estado