Pesquisadores buscam novas técnicas para cortar custos e garantir eficiência na criação de bovinos

Melhor aproveitamento de alimentos para nutrição animal está na pauta de discussão de especialistas

Especialistas aproveitaram o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, que se encerrou nesta sexta, em Ribeirão Preto (SP), para discutir o uso de novas tecnologias que garantam mais eficiência e menos custo de produção.
Uma pesquisa realizada por um jornal especializado nos Estados Unidos mostrou que se por lá os pecuaristas parassen de usar o pacote de tecnologia que inclui o uso de aditivos na alimentação dos bovinos, eles teriam de aumentar em 11% o tamanho do rebanho para garantir a mesma produção de carne: uma média de 53 quilos menos por boi no final da engorda. Por isso, os especialistas recomentam o uso de novas tecnologias com critérios técnicos e foco no resultado final de cada confinamento.
Os confinamentos no Brasil estão buscando adaptar as estruturas para garantir uma boa eficiência o ano inteiro, chova ou faça sol. A oferta escalonada traz mais tranquilidade sem muito impacto durante as oscilações do mercado. Mas para trabalhar nas águas tem que investir para que o barro não seja um obstáculo a mais que impacta no custo.
De acordo com o zootecnista Luciano Morgan, estudos mostram que 5% de lâmina de barro corresponde a uma piora em eficiência biológica de 3% a 4%. Isso gera um custo a mais de R$ 5 por arroba, já que há presença de barro condiciona a uma queda de consumo e aumento de necessidade de manutenção dos animais.
Outro ponto que vem sendo debatido pelos pecuaristas é o custo com alimentação e a dificuldade em equilibrar as diferentes fontes de alimentos. O bagaço da cana-de-açúcar, por exemplo, já foi uma ótima alternativa para os confinadores muito antes de se tornar fonte de energia nas usinas. Os grãos também podem encarecer cada vez mais com novos usos adotados pelo mercado.
Gustavo Rezende, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, aposta nos chamados aditivos que fazem os animais aproveitarem melhor os alimentos ingeridos, converter em carne de uma forma mais constante. Um levantamento mostrou que a diferença no lucro por animal entre quem usa e quem não usa aditivos é de R$ 57.
– Quando a gente, com a mesma quantidade de alimento, produz mais carne, tudo é melhor: melhor para o produtor economicamente, melhor para o boi que está aproveitando melhor a dieta, melhor para o meio ambiente – diz Rezende.

Fonte: Rural BR

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