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Preço da carne bovina subiu 10% e vai subir ainda mais

É hora de o consumidor preparar o bolso porque o preço médio das carnes bovinas subiu em média 10% e a previsão é de novos aumentos até o fim do ano. Os açougues de Ribeirão Preto têm registrado altas desde agosto. E segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, os aumentos de preços são resultado da menor oferta, devido principalmente à seca, que vem prejudicando as condições das pastagens e, consequentemente, a engorda dos animais ao longo do ano.
Paulo de Almeida, açougueiro no Açougue do Mercadão, no Centro, afirma que os cortes nobres é que sofreram os maiores reajustes. O quilo da alcatra e do contrafilé, que em agosto custava R$ 21,90, era vendido ontem por R$ 24,90. Já o coxão mole passou de R$ 16,90 para R$ 18,90, um aumento de mais de 10%.
Outro fator que pressiona os preços é o avanço do consumo. "Os consumidores têm reclamado do preço, mas não deixam de comprar", diz Almeida. "Ou ele migra para outro tipo de carne mais barata, como o frango, ou diminui a quantidade comprada", completa.
Na manhã de ontem, o aposentado Dorival Guidoni conferia os valores de cortes bovinos no Mercadão. "O preço está um absurdo, não dá para comprar mais carne de primeira", afirma. Como alternativa à alta dos preços, ele compra um corte de segunda, frango ou ovos. "Deu para sentir no bolso o aumento."
O consumidor deve esperar por novos reajustes de preços da carne bovina. "Entre novembro e dezembro, normalmente há o reajuste das carnes entre 15% e 20% devido às festas de fim de ano", diz o açougueiro Paulo de Almeida, do Açougue do Mercadão. Para o comerciante Edilson Caetano da Silva, a maior alta nos preços das carnes está por vir. "Deve haver um reajuste maior após as eleições", comenta. Mas, como alternativa para economizar, Silva indica a compra da peça inteira. "Sai mais em conta", observa.
Análise - Sem alívio de preço
A tendência histórica para o setor é de recuperação de preços no último trimestre no ano, com a economia e consumo mais aquecidos. Um ponto a ser ressaltado é o quadro macroeconômico adverso que temos hoje no país, que pode contribuir para um fim de ano mais ameno em termos de preços. Mas, um ponto positivo é o preço do frango, comparativamente baixo, atuando como proteína concorrente. De qualquer forma, não imaginamos que devemos ter um alívio nos preços nessa reta final de 2014, justamente em função da escassez de bois, que deve perdurar nos próximos meses. Já que os reajustes têm origem na escassez de oferta de animais para abate, causada por dois motivos: um momento de oferta restrita em função dos altos níveis do abate de fêmeas nos últimos anos, somado a uma situação climática extrema (seca) em 2014. Vale ressaltar que, em 2014, o consumidor ainda vem sendo poupado de maiores altas, que ficaram retidas na indústria e no atacado, justamente em função da dificuldade de repassar aumentos de preço no varejo. Gustavo Aguiar, zootecnista da Scot Consultoria.

Fonte: A Cidade