Preço da carne no atacado sobe em agosto, informa Cepea

Carcaça bovina no atacado está 26% mais cara que em agosto do ano passado

O preço da carne no atacado da Grande São Paulo tem subido firme este mês. A valorização, até o momento, é de 20% para a carcaça de suína, 16% (frango) e de 6% (carcaça casada bovina), segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Com esses reajustes, os preços atuais da carcaça bovina no atacado já superam em 26% o preço médio de agosto do ano passado; no caso do suíno, a carcaça comum está 23% mais valorizada e o frango inteiro resfriado, 5%. Pesquisadores do Cepea explicam que as valorizações recentes decorrem da oferta relativamente baixa tanto de boi quanto de frango e suíno combinada com demanda interna e externa em bom ritmo.
Para o boi, a menor oferta é resultado da forte seca que castiga grande parte do Brasil desde o início do ano. Já para frango e suínos, crises financeiras ocorridas em anos anteriores desmotivaram os produtores desses animais a investirem nas criações.
Os preços da carne suína no atacado paulista alcançam, em agosto, os maiores valores nominais da série histórica do Cepea (iniciada em 2004 para o produto). Para a carcaça comum, um novo recorde foi batido no último dia 22, de R$ 6,54/kg.
Para a carcaça casada bovina, negociada também no atacado da Grande São Paulo, a média da parcial de agosto (até o dia 25), de R$ 7,92/kg, é a maior desde novembro de 2010, em termos reais (deflacionado pelo IGP-DI de julho).
No caso do frango (inteiro), a valorização acumulada no correr deste mês é de 15,8% para o produto resfriado e de 17,4% para o congelado, com as médias passando para R$ 3,55/kg e R$ 3,53/kg, respectivamente, no último dia 25.
Segundo o Cepea, a exportação brasileira de carne costuma ser maior no segundo semestre, em comparação com os primeiros seis meses do ano. A perspectiva para o segundo semestre de 2014 é ainda mais promissora, já que a Rússia, importante importadora da carne brasileira, deve aumentar a demanda por causa da suspensão de compras dos Estados Unidos e da Europa.
Além da provável melhora nas vendas para os russos, a oferta restrita de animais em alguns países concorrentes do Brasil reforça a expectativa de aumento dos embarques nacionais. A peste suína africana tem acometido rebanhos de alguns grandes produtores, como a própria Rússia. Além disso, casos de diarreia suína vêm prejudicando a produção dos Estados Unidos, Canadá e México.
Fonte: Cepea

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