Processar grãos é fundamental para confinamento, diz zootecnista
Assunto foi debatido na manhã desta terça-feira, no Confinar. Processamento facilita a absorção do amido pelos animais
O processamento adequado dos grãos que compõem a ração oferecida aos bovinos no sistema de confinamento é um item fundamental para que o pecuarista tenha um bom desempenho em sua propriedade. A avaliação foi feita na manhã desta quarta-feira (7), pelo zootecnista Anderson Vargas, gerente nacional de bovinos de corte de uma empresa de nutrição e saúde animal, durante o Confinar 2014, em Campo Grande.
Vargas inicialmente destacou que a pecuária no país passa por uma grande evolução, em que a produção deixou de ser somente extensionista e onde o produtor está investindo cada vez em tecnologia e na utilização de novos sistemas de produção, como o confinamento, para obter um melhor resultado.
Para ilustrar essa evolução, ele lembrou que há pouco mais de uma década, quando se falava em ração para bovinos em confinamento, se trabalhava com patamares de 2 a 3 quilos por dia e atualmente se usa entre 9 e 10 quilos e que no Brasil os principais grãos utilizados na alimentação dos animais são o milho e o sorgo.
O zootecnista, entretanto, destacou que para aproveitar melhor o amido contido nestes grãos, que eles precisam ser processados, que sua matriz energética precisa ser rompida. “A matriz proteica interfere na digestão do grão, por isso, é preciso rompê-la. O processamento para isso pode ser feito de forma mecânica, por temperatura, por umidade, pressão ou combinação de métodos”, relatou.
Os métodos utilizados atualmente para processar o grão disponibilizando mais facilmente seu amido, conforme Vargas, são o da moagem, o da floculação, o da silagem de grão úmido e o da reidratação de grãos.
Ele destacou que o produtor deve utilizar sempre o sistema que apresentar os melhores resultados na equação que envolve custos e benefícios e citou o exemplo da floculação, em que a absorção de amido no rúmen do animal chega a 84,2% do total oferecido, mas que tem um custo de cada máquina de US$ 1 milhão a US$ 1,2 milhão.
“Hoje no Brasil é um pouco impeditivo esse sistema. Um estudo que fizemos apontou que esse investimento seria viável apenas para confinamentos com mais de 20 mil cabeças”, detalhou.
Em contrapartida, uma das alternativas com boa relação custo benefício para o produtor é a reidratação de grãos, em que ele adquire o produto no mercado e com o uso de água o reidrata até que atinja 30% de umidade. Depois disso, o produto fica estocado por um período que vai de 90 a 120 dias, para que ocorra a fermentação, tendo o custo de R$1 a R$ 3 por saca.
Fonte: Confinar