Produtores se mobilizam contra surto de tripanossomose em Minas Gerais
Surto já matou mais de 500 animais em Minas Gerais
O surto de tripanossomose bovina, que já matou mais de 500 animais na região central de Minas Gerais, segue preocupando produtores do Estado. Por causa disso, representantes da Federação da Agricultura e Pecuária (FAEMG) vão se reunir nesta terça-feira, dia 16, com profissionais do Instituto Mineiro de Agropecuária e do Ministério da Agricultura para oferecer apoio e buscar medidas conjuntas para o caso.
A tripanossomose bovina é provocada por um protozoário que ataca a corrente sanguínea dos animais e rouba os nutrientes. Como consequência, o gado para de se alimentar, fica anêmico e perde peso rapidamente.
Além da preocupação com uma possível expansão do surto para outras regiões, produtores alegam que o enfrentamento à doença se torna mais difícil porque o medicamento eficaz no combate ao protozoário não pode ser comercializado no país.
Segundo dados do setor de Fiscalização de Insumos Pecuários da Superintendência Federal de Agricultura de Minas Gerais (SFA-MG), a importação de grandes quantidades do medicamento está limitada a ocasiões específicas - como pesquisas científicas e programas especiais de defesa animal. Para pessoas físicas, a importação é autorizada em pequenas quantidades.
No caso dos produtores mineiros, que são em sua maioria pessoas físicas, que querem comprar grandes quantidades por meio de estabelecimentos agropecuários e cooperativas, é necessário formalizar o pedido junto ao Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários, na Coordenação de Produtos Veterinários, na sede do Ministério da Agricultura, em Brasília.
Para acelerar os pedidos para a importação junto ao Ministério, a FAEMG pede aos produtores, sindicatos rurais, estabelecimentos agropecuários e cooperativas, que enviem a documentação necessária (ofício e laudo dos RT's) à entidade, que as reunirá e fará o encaminhamento coletivo.
No ofício, as entidades deverão contextualizar o problema ocorrido em sua região, descrevendo a urgência na importação do medicamento, e os prejuízos causados aos produtores caso ele não seja importado nos próximos dias.A documentação deverá incluir ainda o laudo técnico, formulado por Médicos Veterinários das regiões, com uma coletânea de receituários (laudos veterinários) e contextualização de detalhes como: citar a gravidade da doença nos rebanhos mineiros (prejuízos causados aos produtores); qual é a região (municípios) que possui animais enfermos que necessita ser tratado; mensurar quantos animais precisarão ser tratados; a quantidade do medicamento a ser utilizado; quantificar quantos frascos do medicamento deverá ser importado; quantificar o período de tratamento; adicionar informações pontuais que ajudaria na importação do medicamento.
Fonte: CANAL RURAL