Brangus

Artigo escrito por Toninho Carancho

Parece que finalmente a raça Brangus está achando o seu espaço na pecuária brasileira, lugar de destaque, diga-se. Depois de muitos anos, o Brangus, que é o cruzamento de Angus com Zebu, de preferência das raças Nelore e Brahman (daí o nome Brahman + Angus = Brangus), parece que volta com força total aos rebanhos comerciais com foco no cruzamento, haja vista a excelente comercialização de touros, tanto em quantidade como em qualidade e, por sua vez, valor, acontecida nesta primavera/verão de 2015. Valores acima da média de outras raças e procura firme são os indicadores de que os criadores estão atrás de touros melhoradores e que possam imprimir nas crias maior produção de carne, com precocidade tanto nos machos para abate quanto nas fêmeas para a reprodução. Aliando também as características de animais sintéticos, como menor infestação de carrapatos (em relação a raças europeias/britânicas) e os ganhos com a heterose. Em cruzamentos bem dirigidos, utilizando touros com dados genéticos positivos, comprados de criadores conhecidos por fazerem uma pecuária seletiva e de alta qualidade e colocando nas vacas certas, o Brangus tem tudo para ser uma ferramenta de produção de alta qualidade.

O uso de touros Brangus no Rio Grande do Sul, em rebanhos mais britânicos, com forte influência do Angus, vai gerar bezerros com maior potencial de ganho de peso, menos pelo (menos carrapato), maior precocidade de acabamento, maior peso e sem descaracterizar o gado. Vai continuar preto ou vermelho e muito parecido com o rebanho atual, bem ao gosto de cada criador.

Nos outros estados do Sul e todo o Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, onde se insemina muito com Angus em cima da vacada nelore ou anelorada, o Brangus, entre outras raças, parece ser o par perfeito para cobrir essas novilhas e vacas meio-sangue filhas desse cruzamento. O gado não vai ser nem muito europeu nem muito azebuado, vai ficar no ponto. Claro que esse ponto varia de fazenda para fazenda, mas pode ser ajustado conforme o tipo do touro a ser utilizado, mais europeu ou zebuíno e também conforme forem as vacas.

Outra vantagem é que conforme o resultado desses cruzamentos, o gado terá a possibilidade de ser avaliado e, se passar nos critérios, poderá ser vendido como “Carne Brangus” ou “Carne Angus”, agregando valor à qualidade desses animais.

Por Toninho Carancho para AG A Revista do Criador.

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