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Raiva: São Paulo acaba com vacinação obrigatória

A partir da etapa de novembro, o pecuarista não é mais obrigado a vacinar seu rebanho bovino, bubalino, eqüino, caprino e ovino contra a raiva dos herbívoros, doença transmitida pelo morcego hematófago. O anúncio foi feito na quinta-feira (30/10) pelo secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, na Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite), na capital paulista.

Os controles de focos da doença e das populações do transmissor pelas equipes da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, possibilitaram a redução drástica no número de propriedades com registro da doença de 536 em 2003 para 45 no último ano.

A vacinação, que ocorria simultaneamente à campanha de imunização contra a febre aftosa nos meses de maio e novembro, foi realizada, na última etapa (maio), somente nos municípios das regionais de Mogi das Cruzes, Pindamonhangaba e Guaratinguetá, alcançando 98,22% de cobertura vacinal de um total de 750 mil animais.

Com o fim da obrigatoriedade, o pecuarista fica desonerado da compra de mais essa vacina. No entanto, a CDA recomenda a imunização, quando houver agressões por morcegos hematófagos e aplicação da pasta ao redor da mordedura.

Preocupado com o avanço da raiva dos herbívoros no final do ano de 2001, o Estado mudou a estratégia de ação com relação ao seu controle. Por meio da resolução 29 (de 24 de setembro de 2001), a Secretaria de Agricultura tornou obrigatória a vacinação contra a doença em toda a área de risco, abrangendo 18 regionais e cerca de 57 mil propriedades, vacinando um total de 3,2 milhões de animais.

O controle do transmissor, o morcego Desmodus rotundus, passou a ser feito por meio de uma busca ativa, em que os técnicos da Secretaria, devidamente imunizados, treinados e equipados, passaram a visitar as propriedades em busca de animais agredidos e dos abrigos dos morcegos hematófagos, principalmente em áreas de cavernas e montanhas. Essas atividades foram contínuas nos últimos sete anos. Dez equipes trabalham duas semanas por mês, em forma de mutirão, em regiões específicas, ficando o controle diário por conta dos escritórios regionais de defesa agropecuária (EDAs), que totalizam 40 em todo o Estado.

Com o trabalho, os focos de raiva diminuíram e a obrigatoriedade foi sendo suspensa gradualmente de 18 regiões para nenhuma. Hoje, há 23 regionais cobertas pelo trabalho de mutirão, sendo que o Vale do Paraíba dispõe de duas equipes devidamente equipadas, com pessoal treinado fazendo a manutenção na região.

SOBRE A DOENÇA - No Estado de São Paulo, o principal transmissor da raiva aos herbívoros é o morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus. O herbívoro doente não oferece risco de transmissão a outros animais. Os sintomas iniciais são isolamento do animal, hipersalivação, tremores musculares, paralisia dos membros posteriores e os animais caem. A morte ocorre entre três e cinco dias do início dos sintomas. No caso do homem, somente se este entrar em contato com a secreção dos animais, por isso se recomenda isolamento dos mesmos.

Se algum animal estiver com sintomas sugestivos de raiva ou se note a existência de abrigo de morcego hematófago, é preciso comunicar imediatamente a unidade de defesa agropecuária mais próxima. (Informações completas no site www.cda.sp.gov.br - link Programas - Sanidade Animal)

Fonte: www.agricultura.sp.gov.br