Reposição pressionou inflação da pecuária
O Boletim "Ativos da Pecuária de Corte" produzido pela CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, em parceria com o Cepea, Centro de Estudos em Economia Aplicada da Esalq/USP, aponta que os custos de produção da pecuária de corte brasileira tiveram alta nos cinco primeiros meses deste ano, pressionado para baixo a renda dos criadores. De acordo com o Boletim na média dos dez Estados pesquisados (GO, MG, MS, MT, PA, PR, RO, RS, SP e TO), o Custo Operacional Efetivo aumentou 7% de janeiro a maio deste ano. Já o Custo Operacional Total subiu 5,6% no mesmo período.
A análise da CNA e do Cepea mostra que em maio, o principal fator que pressionou a inflação da pecuária de corte foi a mão-de-obra, com alta de 1,54% no mês, acumulando 10,4% no ano. Outros itens que registraram altas em maio foram sementes e suplementação, em cerca de 1% no mês. A mais forte elevação nos custos operacionais foi registrada no Paraná, Estado que apresenta maior exposição às baixas temperaturas durante o inverno.
Além da elevação dos custos de produção, a pecuária de corte enfrentou também alta nos preços dos animais de reposição: bezerro e boi magro. De janeiro a maio, houve aumento de 12,79% nos preços desses animais, que representam 14% do total dos gastos dos criadores em maio. As maiores altas ocorreram em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará. A boa notícia foi que também foi registrado aumento dos valores pagos pelo preço da arroba do boi gordo no período.
O boletim traz também uma análise do potencial brasileiro de oferta de carne , considerando mercados interno e externo. De acordo com o levantamento , o Brasil teria potencial para abastecer 59% do mercado mundial de carne caso a produção crescesse 4,4% ao ano até 2015. Com crescimento da produção ao ritmo de 10% ao ano, o Brasil conquistaria 67% do mercado mundial de carne em 2015.
Fonte: CNA