Rússia estuda legislação que limita a varejistas estoque de no máximo 50% de carne importada
A Rússia pode aprovar uma legislação que exige que os varejistas locais limitem a 50% os produtos cárneos importados em seu estoque de vendas, em um esforço para gerar demanda para fornecedores de proteína animal do mercado interno, segundo o noticiário local e a analista de varejo B2B Conference Group. Ainda não está claro o quanto isso pode afetar as importações do Brasil.
Um novo projeto de lei em análise pelo parlamento russo afetaria carnes e outros produtos de varejo de supermercados e força os varejistas a abandonarem alguns bens importados. A medida provavelmente limitaria a receita aos varejistas porque os produtos importados costumam ter as maiores margens. O Grupo B2B estima ainda que alguns varejistas podem fechar ou que haja aumento de preços de produtos alimentícios essenciais, como carnes.
O Brasil tem se beneficiado mais do que qualquer país com a nova demanda de proteína da Rússia ao longo dos últimos dois meses, após a proibição de um ano promulgada no início de agosto contra importações de carne bovina, suína e de aves dos Estados Unidos, União Europeia e Canadá, entre outros países.
As exportações brasileiras de carne bovina para a Rússia em setembro totalizaram 35,1 mil toneladas e US$ 153 milhões em receita, aumentos de 13% e 25,3%, respectivamente, em relação ao mesmo mês de 2013 e uma alta de 3,9% e 4,4% ante agosto.
As receitas de exportação de carne de frango brasilera tiveram aumento de 24,3% em setembro ante o ano anterior, enquanto as exportações de carne suína geraram 26,4% a mais de receita ano a ano, com ambos os segmentos beneficiados principalmente a partir das novas vendas para a Rússia.
O chefe de uma das associações de carne da Rússia publicou uma carta aberta ao presidente Vladimir Putin em setembro, dizendo que a indústria está "em crise" e avisou que haveria default (suspensão dos pagamentos) dos frigoríficos se o governo não oferecesse algum tipo de ajuda.
Fonte: CarneTec/Bob Moser