Sisbov vai mudar a partir de janeiro

O pecuarista Iron de Lima tem mil cabeças no confinamento que mantém em Itaberaí, a 91quilômetros de Goiânia. Desde 2003 faz o rastreamento do rebanho, mas só os animais para exportação. Fazendo isso, estava obedecendo às regras do antigo Sisbov. Agora, com as mudanças, todos os animais têm brincos. "Tem de ter o brinco porque, dependendo da empresa com a qual você trabalha e adquire os brincos, tem qualidades diferentes. Nós já tivemos problemas de boi perder o brinco e você fica com ele sem a identificação", comenta. 

A propriedade de senhor Iron já é considerada como estabelecimento rural aprovado pelo sisbov. A sigla para esta categoria é Eras. 

Para receber o título de Eras será preciso: 
- cadastrar produtor e propriedade no Ministério da Agricultura; 
- rastrear todos os animais da propriedade; 
- colocar o brinco assim que o animal desmamar; 
- cada propriedade só poderá trabalhar com uma certificadora. 

Além disso, o livro de registro que o produtor já mantinha passa a ser mais completo, inclusive com dados sobre o manejo da fazenda. "Todas as informações do processo de produção terão de estar descritas no livro", afirma o zootecnista da certificadora Waldir Ferreira dos Santos. 

Os técnicos da certificadora Biorastro foram contratados pelo senhor Iron para fazer todas adaptações no confinamento dele. 

Quem tem animais cadastrados no antigo Sisbov tem até o dia 31 de dezembro deste ano para se adequar ao novo sistema. A mudança é voluntária, mas quem não fizer pode ter prejuízos. É que depois dessa data os animais que não estiverem no novo Sisbov vão perder o registro e não poderão ser vendidos para frigoríficos que tenham contrato de exportação com qualquer um dos 54 países que hoje exigem a rastreabilidade para comprar a carne brasileira. 

O senhor Iron investiu R$ 6 mil para se adptar ao novo Sisbov. E vai gastar mais R$ 3 mil a cada seis meses com as vistorias. Só que mesmo saindo na frente, ainda não está tranqüilo. O que preocupa o pecuarista é uma regra que só entra em vigo a partir de 2009: a reposição só poderá ser feita com animais que venham de outras propriedades rurais aprovadas pelo Sisbov. "Eu, sendo proprietário de uma fazenda Eras, não posso adquirir animais de fazendas que não sejam Eras. Se os produtores não aderirem ao sistema, eu vou ter dificuldade para repor meu rebanho". 

Até agora, apenas 24% dos animais prontos para abate, que estavam no banco de dados do antigo Sisbov, mudaram para o novo.

 

Fonte: Globo Rural

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