Suplementação de bovinos de corte no período seco

Nas condições brasileiras, o período das secas é a fase mais crítica do sistema de produção de bovinos em pastejo

Nesta época, o rebanho bovino alimenta-se de forragem de baixo valor nutritivo, oriunda do crescimento do período de primavera/verão, caracterizadas por um elevado teor de fibra indigerível e teores de proteína bruta inferiores ao nível crítico, 6 a 7% MS, limitando desta forma o seu consumo (Reis et al. 1997, 2005). Assim, nessa fase, se não houver a suplementação dos animais, a fim de suprir os nutrientes deficientes na forragem, haverá redução do ganho de peso ou até mesmo desempenho negativo, pois nutrientes corporais poderão ser mobilizados para mantença, resultando em aumento da idade de abate, redução da taxa de desfrute da fazenda e aumento do custo fixo da atividade (Euclides et al., 1998).
Mesmo havendo disponibilidade de fibra potencialmente digestível nos pastos, no período seco, a proteína é o nutriente que mais limita o desempenho animal. Dessa forma, o propósito de suplementação nessa fase é adequar os níveis de nitrogênio deficientes nas dietas dos animais, de tal forma a aumentar a eficiência de degradação da fração fibrosa e, consequentemente, a taxa de passagem e o consumo de matéria seca da forragem.
Mas vale a pena suplementar? Será que o benéfico da suplementação se reflete também nos índices econômicos da fazenda ou somente nos zootécnicos? A resposta para essa pergunta passa pelos diferentes sistemas de produção que encontramos no Brasil, mas de uma coisa temos certeza, o famoso “boi sanfona”, que vai ser abatido com 4 anos de idade, dificilmente se torna competitivo, ou mesmo interessante como atividade econômica.
Um dos grandes responsáveis para que essa tecnologia funcione é, muitas vezes, o técnico que fornece ou indica o suplemento ao pecuarista. Por isso, um maior conhecimento sobre nutrição se torna essencial para que esses profissionais possam discutir tecnicamente qual a melhor estratégia nutricional para o rebanho do seu cliente, gerando com isso os resultados esperados. Em outras palavras, deve-se fazer conta!
Contudo, o principal benefício da suplementação é permitir a redução do tempo de abate, com conseqüente aumento na taxa de desfrute e rentabilidade do negocio pecuária.

*Rafael Cruz é médico veterinário da Rehagro

Fonte: Rehagro / Rural Centro

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