Taça da Copa do Mundo é da pecuária de corte

Boa remuneração, intensificação do consumo interno e possibilidade de exportar para os EUA animam o setor.
Fazendeiros, analistas e estudiosos demonstraram confiança plena no presente e no futuro da pecuária de corte brasileira ontem no seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2014 e 2015, realizado em São Paulo. Segundo eles, o preço da arroba remunera bem a atividade, a cotação do milho caiu, o mercado externo é francamente comprador e o consumo interno ultrapassa os 40 kg per capita.
Foi ressaltada a possibilidade de os EUA adquirirem carne do Brasil - "talvez até em julho seja dado o sinal verde", me adiantou Antonio Camardelli, presidente da Abiec, que representa a indústria exportadora - e também a China liberar e aumentar as exportações.
"A China muda tudo". A frase é de Maria Stella Damha, superintendente da Damha Agronegócios. Álias, fiquei impressionado com a visão ampla da fazendeira acerca da pecuária e das mudanças de fôlego que virão por aí. Segundo Maria Stella, deverá acontecer com a carne o mesmo que ocorreu com a soja e mais recentemente com o milho. "No início, as compras são poucas, porém, a capacidade de consumo na China é imensa. Numa segunda etapa, a importação cresce muito", diz.
Maria Stella ressaltou também o fato de só o Brasil ter suporte de produção para atender ao gigantesco e apetitoso mercado chinês. Outros grandes exportadores, como os EUA, vivem o dilema de seu consumo interno crescer enquanto a capacidade de produzir carne diminui. Além disso, EUA e Austrália conviveram com uma seca fortíssima.
A empresária enfatizou que o cenário nas fazendas brasileiras é de incremento veloz na produtividade. Disse também que a melhoria no poder aquisitivo tem incentivado a população brasileira a consumir mais carne, alavancando a produção ano a ano.
Camardelli acrescentou que a conquista recente do status de zona livre de aftosa com vacinação por parte de sete Estados do Nordeste e uma fatia do Pará está agitando a pecuária naquelas regiões. Ele me contou que em Paragominas, no Pará, por exemplo, há possibilidade de um acréscimo de US$ 1.000 pela tonelada de carne exportada. A cidade é um importante polo pecuário.
Camardelli comemora o fato de o Brasil ter hoje 95% do seu território livre da aftosa. O executivo mantém a expectativa de o país faturar US$ 8 bilhões com as exportações neste ano, quase US$ 2 bilhões a mais diante da temporada 2013.
Disse também que o caso atípico de vaca louca de Mato Grosso, que levou alguns países, como o Irã, a embargarem a carne brasileira, terá efeito "próximo a zero" na receita com as exportações, tendo em vista que outros mercados estão sendo conquistados.
Para terminar: a reportagem de capa da edição de junho da revista Globo Rural é sobre a disparada da pecuária brasileira. Confira.

Fonte: Revista Globo Rural

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