Análise: 2011, o ano do gado em pé

Na tarde deste domingo, 23 de janeiro, a Estância Bahia abriu o calendário 2011 de leilões em Água Boa, na região do Araguaia, Mato Grosso, praça fortemente identificada com cria. O primeiro evento para vender gado geral comercializou 3.018 animais, dos quais 1.096 machos e 1.922 fêmeas. Foi um remate tipo "cesta de ofertas", com apresentação de bezerros a vacas paridas.

A primeira impressão foi a confirmação do que se vinha prevendo: o mercado não está bom para fêmeas tanto quanto para os machos. "O sentimento é de que 2011 será o ano do gado em pé, talvez com um pouco mais de dificuldade apenas para a venda de fêmeas", diz Maurício Tonhá, diretor da Estância Bahia Leilões.

O preço das fêmeas ainda está entre 8% e 10% inferior na relação de troca. "Mesmo com a cria em alta, as fêmeas estão sempre atrás", diz Tonhá. A venda maior de bezerros começará a ganhar força nos meses de março-abril, para os animais que nasceram em agosto-setembro do ano passado. Os que estão no mercado neste início de ano, portanto fora do pacotão de ofertas da temporada, são animais mais magros, mais sofridos por conta da seca dos últimos meses.

No remate de abertura em Água Boa, um dos exemplos de preços são os lotes de fêmeas de 15 meses, que pegaram entre R$ 500-R$520, quando o considerado para o mercado seria R$ 550-R$ 560. Na equivalência, as fêmeas saíram por R$ 80,00 a arroba. "O criador continua comendo o capital, vendendo fêmeas", diz Tonhá. Para os machos, a relação de troca por arroba ficou na faixa entre R$ 90,00 e 93,00, com grande facilidade para o vendedor em obter preços competitivos.

 Texto: Vera Ondei - DBO Post: Imprensa e Comunicação
Associação Brasileira de Brangus
Nathã Carvalho

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