Atacado: apesar dos estoques curtos, preço da carne cai
Apesar do pagamento de salários, da melhora no poder de compra da população, da pouca oferta de gado e da consequente diminuição nos estoques de carne, os preços caíram. O comportamento das cotações diante da conjuntura atual deixa claro que existe dificuldade para escoar a produção de carne.
No acumulado dos últimos sete dias, houve desvalorização de 1,6%, em média. Em relação ao mesmo período de 2014, a carne está 2,5% mais barata. Se em 2014 a demanda já prejudicou muito as margens da indústria e limitou as valorizações no mercado do boi gordo, o cenário para 2015 se mostra ainda pior.
A margem da indústria frigorífica que faz a desossa está em 15,1%. Há um ano era de 22,0%. Ou seja, se pelo lado da oferta de gado a pressão ao longo do ano será de preços maiores. A demanda certamente jogará para baixo este cenário, com a população sofrendo com o desempenho macroeconômico ruim. Provavelmente, este será o único fator contrário às valorizações da arroba.
Para completar o cenário de escoamento fraco, em janeiro as exportações brasileiras de carne bovina in natura, categoria que compõem mais de 80,0% da exportação total, teve recuo de 30,0% em relação ao mesmo período de 2014.
Talvez esse seja o motivo dos cortes de dianteiro terem se desvalorizado mais desde o final de dezembro, 5,1% contra 3,8% para o traseiro. Os maiores clientes da carne bovina brasileira compram carne de dianteiro.
Fonte: Scot Consultoria