Brasil Desperta Interesse e Críticas Em Anuga

Sob o clima ameno da quarta maior cidade da Alemanha, situada à beira do rio Reno, a feira de Anuga, a maior do gênero em todo o mundo, atrai milhares de visitantes a cada dois anos. Mesmo sem ter sido o país parceiro da organização do evento, que se espalha por mais de 6 mil estandes de empresas e entidades ligados ao mundo dos alimentos e bebidas, o Brasil atraiu a atenção de um batalhão de jornalistas e especialistas de 15 países no domingo. 

A expansão da pecuária na Amazônia, os processos verdes de certificação e de produção de alimentos orgânicos concentraram os questionamentos.

Ao explicar as dimensões do Brasil, as dificuldades de produção e os esforços dos produtores em preservar a Amazônia, os dirigentes deixaram claro que o cliente tem razão e que o setor pensa em atender cada vez mais aos gostos e exigências dos consumidores. Mas deram o recado: Tudo é orgânico no Brasil. E seremos o grande celeiro do mundo no futuro, disse o presidente da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex), Alessandro Teixeira

Mesmo reconhecido como potência do agronegócio mundial, o país desperta muita desconfiança acerca de suas intenções em relação ao pulmão do mundo. Neste evento de inauguração da presença brasileira em sete dos onze gigantescos pavilhões de Anuga, alguns inflitrados levantaram as suspeitas de devastação provocada pelo gado no Norte do país. Vocês cresceram 81% na Amazônia. Como garantem que isso não está desmatando a floresta?, disparou o gerente da Associação Alemã da Carne (VDF), Detlef Stachetzki.

O presidente da associação dos exportadores de carne (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca, tentou rebater: Temos um compromisso com o desmatamento zero na Amazônia, mas não está somente nas mãos das empresas. Depende do governo também. Mas não vamos comprar gado de lá, afirmou. E emendou: Irlanda e Reino Unido estão preocupados como a nossa competitividade. Em dois ou três anos, teremos rastreamento pleno do nosso gado e essas críticas não serão levadas a sério. Ainda faltam acordos de governos, mas haverá uma diferença muito grande entre demanda e oferta de proteína animal no futuro. Não precisamos de hormônios na carne e estamos muito além do padrão europeu. O Brasil será a grande potência mundial do agronegócio, disse Alessandro Teixeira.

Ou seja, a Europa tem que garantir esse fornecedor sob pena de colocar em risco seu abastecimento futuro.

Fonte: Valor Econômico


 

Anterior
Anterior

Regras Fiscalizadoras Para Rações de Ruminantes

Próximo
Próximo

97ª Expofeira de Bagé Conta Com Ex-ministro