Carne bovina: Comissário da UE apóia Brasil
Markos Kyprianou descreveu como enganosas ou incorretas declarações feitas por parlamentares e entidades agrícolas européias. Na semana passada, a comissária da UE para a agricultura, Mariann Fischer Boel, pediu uma avaliação mais detalhada da carne brasileira, com o objetivo de verificar se o produto se enquadra nos padrões de segurança alimentar exigidos pela União Européia.
Reclamações de que a carne do Brasil não obedece os padrões estabelecidos pela UE foram feitas por várias organizações agrícolas européias, especialmente em um relatório elaborado pela IFA, a sigla em inglês para a Associação dos Produtores Irlandeses, enviado à Comissão Européia no início de junho.
Em carta enviada segunda-feira, 16 de julho, Kyprianou refutou as informações. "Em geral, sentimos que as reclamações são em grande parte baseadas na interpretação incorreta dos requerimentos da UE para a importação de carne", escreveu Kyprianou, segundo apurou a Agência Reuters.
"O gabinete de alimentos e veterinária da Comissão [de Saúde da UE] mostrou-se amplamente satisfeito com o controle das autoridades brasileiras. Conseqüentemente, muitas das conclusões contidas no relatório da IFA não válidas", escreveu Kyprianou.
O documento acusa o Brasil de uso incorreto do sistema de rastreabilidade. A organização também alegou que os pecuaristas brasileiros usam hormônios de crescimento e remédios ilegais, além de controles inadequados de doenças e prejuízos ao ambiente.
O presidente da IFA, Padraig Walshe, acusou Kyprianou de "tentar amenizar" e afirmou que o comissário para a saúde estava mais preocupado em diminuir a credibilidade do relatório da entidade.
Michael Mann, porta-voz de Mariann Fischer Boel, afirmou que a comissária para a agricultura da UE recebeu bem a resposta de Kyprianou. "Esperamos a próxima inspeção no Brasil, que deve esclarecer o assunto de uma vez por todas", disse.
A Abiec, entidade que reúne as empresas exportadoras de carne bovina do Brasil, negou as irregularidades apontadas pelos europeus e afirmou à Reuters que os produtores irlandesa realizam campanha difamatória contra o produto brasileiro.
Fonte: www.portaldbo.com.br