Couro: Programa vai tratar da gestão dos curtumes
A proposta do Programa Brasileiro de Qualidade da Carne, que ainda está em estudo pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), deve incluir a instalação de cursos de graduação e pós-graduação específicos para a área de couros.
Segundo o consultor de estratégia e gestão do CICB, Hélio Alves Mendes, o setor está analisando os resultados da primeira fase. "Além de discutirmos ações para melhorar os processos e promover uma relação mais forte entre gestão e mercado, queremos olhar para o consumidor final, saber o que o consumidor quer quando o assunto é couro, seja em questão de toque ou de espessura", diz. Mendes participou nesta semana da 16ª edição do Painel do Couro e Produtos de Couro da Organização para o Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (Unido), em Gramado, RS.
Além de realizar uma avaliação interna das empresas, o aspecto da educação deve ser trabalhado no médio e longo prazo. A prioridade do CICB é tratar da questão sanitária, que não afeta apenas a qualidade das peles. Quando há presença de parasitas, por exemplo, cai também a produtividade da carne.
O programa da qualidade pretende ampliar a produção do couro de categoria A, considerada de excelência. Hoje, o Brasil possui apenas 2% das peles enquadradas nessa categoria. Durante o painel da Unido, representantes de países como Mali, Etiópia e África expuseram as maiores dificuldades em promover a qualidade, em função da falta de estrutura e conhecimentos.
O Brasil tem o desafio de padronizar a matéria-prima pela liderança no manejo do maior rebanho bovino mundial, com quase 200 milhões de cabeças e uma produção estimada de 46 milhões de peles para este ano. Em exportações, a indústria foi responsável por uma receita de US$ 4,5 bilhões em 2006.
Para o consultor da Unido, Juhani Berg, as melhores práticas são conquistadas através da parceria entre todos os elos da cadeia. Berg destaca a importância de conscientizar o produtor de que as melhores peles garantem os maiores preços.
Já o representante do Reino Unido, Paul Pearson, destaca que a proximidade física o local de produção e classificação das peles facilita o maior controle. Pearson defende ainda a realização de contratos de fornecimento de longa duração, o feedback sobre a qualidade do produto e o pagamento de acordo com o padrão do que é vendido.
Fonte: Portal DBO